Crónicas e opinião
Folha liberal: Não! Não era um orçamento liberal!
Muita gente, incluindo o nosso Primeiro-Ministro (com umas declarações inqualificáveis) adjetivaram este como sendo um orçamento liberal, tentando lançar a confusão nas pessoas e tentando que as pessoas associem o caos que se sucedeu à apresentação deste orçamento ao liberalismo e aos ideais liberais.
Tradicionalmente, uma certa esquerda tenta colar aos liberais, intenções políticas que não correspondem à verdade, nomeadamente afirmando que os liberais querem acabar com o SNS, a escola pública e o estado social, o que não corresponde à verdade e as pessoas começam a perceber não corresponde à verdade.
Vem isto a propósito do malfadado miniorçamento pensado pelo governo da Senhora Truss, que quase levou o Reino Unido à falência. Muita gente, incluindo o nosso Primeiro-Ministro (com umas declarações inqualificáveis) adjetivaram este como sendo um orçamento liberal, tentando lançar a confusão nas pessoas e tentando que as pessoas associem o caos que se sucedeu à apresentação deste orçamento ao liberalismo e aos ideais liberais. Se analisarmos o orçamento, com olhos de ver, verificamos que o mesmo assentava em dois pontos principais: uma diminuição da receita e um aumento da despesa.
O Deutsche Bank fez as contas e chegou à conclusão que este orçamento geraria um défice equivalente a 230.000.000.000€ (230 mil milhões de euros), mais do que a quantia que o Reino Unido gastou com a pandemia de Covid-19. Naturalmente que os mercados reagiram em força a um disparate destes, levando à revogação do plano, à queda, primeiro, do ministro das finanças e, finalmente, do próprio governo do Reino Unido.
O que levou a que muitos associassem este orçamento aos liberais, e às políticas liberais, foi o facto de este orçamento prever uma descida dos impostos que chegaria aos 51.000.000.000€ (51 mil milhões de euros). Mas quando dizem que este é um orçamento liberal estão completamente errados e só o fazem, ou por ignorância ou por má fé, porque este orçamento não tem nada de liberal, já que os liberais defendem, e bem, a descida de impostos, mas mantendo as contas certas. Gastando menos e gastando melhor.
Por outro lado, dos tais 230.000.000.000€ de défice que se criaria, pouco mais de 22% seria gerado pela diminuição de impostos, os outros 78% seriam gerados por aumento de despesa. Quem defende o aumento da despesa nos orçamentos não são os liberais. São outras forças, tudo menos liberais.
Em resumo, este era um orçamento muito à esquerda, com um aumento de despesa “gigante” e que criava um défice elevadíssimo. Nunca vi os liberais defenderem estas políticas, mas estamos sempre a ver outras forças a defender isto “com unhas e dentes”.
Não vale a pena atirarem areia para os olhos das pessoas, até porque, continuo a dizer, há alternativas. Se querem saber o que é o liberalismo, nomeadamente económico, vejam o que se passa na Irlanda, que terá no próximo ano o menor défice de toda a União Europeia e que não quer receber mais impostos, mesmo quando outros países, como Portugal, os querem obrigar a cobrar mais impostos.
Há a possibilidade de se cobrar menos impostos, se o nosso governo e a nossa administração pública gastar o nosso dinheiro com o cuidado com que merece ser gasto o dinheiro dos contribuintes, se não gastarmos milhares de milhões com empresas como a TAP ou a Efacec, etc., mas não só. Trago aqui dois exemplos da forma como se desperdiça o dinheiro dos contribuintes em Portugal e que foram notícia esta semana: a Visão afirma que um lapso dos advogados que representam o Fundo de Recuperação de Créditos do Papel Comercial vai custar 300.000.000,00€ (300 milhões de euros), já que numa ação cível contra 59 antigos responsáveis do BES, estes advogados deixaram o processo adormecido durante seis meses… Ou o incrível caso relatado pela maioria dos órgãos de comunicação social de que há beneficiários dos “vistos gold” a receber os 125€ da ajuda do estado português.
Enquanto continuarmos a desbaratar o dinheiro desta forma, não é possível reduzir os impostos, mas há o outro caminho.
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