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Edição 577

Feios, mal asseados e talvez desdentados

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Podia não ser verdade e até seria bom que não o fosse, mas a clareza das notícias trazidas a público pelos órgãos de comunicação social, local e nacional, não deixam margem para dúvidas – dirigentes do PSD Trofa envolvidos em atitudes muito pouco dignificantes para a imagem e prestígio de uma estrutura partidária que vive suportada na credibilidade (ou falta dela) dos seus dirigentes.
O acordo de pagamento, em dinheiro, para impedir que um processo de alegadas injúrias e agressões chegasse a tribunal, por parte de três destacados dirigentes do PSD Trofa, de onde se destaca o próprio presidente de Câmara, Sérgio Humberto, torna o caso nubloso e pouco abonatório na reputação! O caso, ocorrido a meio da noite à porta de um bar na Trofa, aparece descrito com cenas de troca de palavras entre os três líderes partidários e um casal, a que se seguiram atos de pancadaria, com murros e pontapés, que acabaram com queixas mútuas no posto da GNR.
Mas, se esta ocorrência é grave, porque atira o Homem para o seu estado mais primitivo, a que se segue não lhe fica atrás e envolve além do presidente de Câmara, o seu vice-presidente António Azevedo, a propósito de palavras públicas proferidas, em diversos momentos e no desempenho dos seus cargos, a propósito da realização de trabalhos por parte de um órgão de comunicação local (O Notícias da Trofa), no decurso do mandato da socialista Joana Lima. Em concreto, terá dito o presidente Sérgio Humberto que ”um jornal local recebeu largas centenas de milhares de euros de dinheiros públicos” tendo mesmo admitido em fase de processo “poderá ter dito cerca de meio milhão de euros”, ao passo que António Azevedo corroborava, ao afirmar publicamente a propósito de uma publicação municipal “ esta revista é mais uma feita pelo jornal local”.
Mentir, difamar, ou descredibilizar a imprensa local era o pretendido por estes ilustres representantes dos trofenses? Certamente que não, até porque se retrataram em tribunal: admitindo que “os valores em questão sejam inferiores a meio milhão de euros, acrescentando que os valores de que têm conhecimento não são exatos”, tendo ambos ainda garantido no mesmo tribunal que “não pretenderam pôr em causa a credibilidade, o prestígio ou a confiança” do jornal O Notícias da Trofa, mas “APENAS EXERCER, E EM CONTEXTO POLÍTICO, O DIREITO DE EXPRIMIR UMA POSIÇÃO CONTRÁRIA AO ANTERIOR EXECUTIVO DA CÂMARA”.
Surpreendidos com a retratação, argumentação e forma de pensar dos “nossos” edis no que concerne ao CONCEITO DE EXERCÍCIO EM CONTEXTO POLÍTICO?!
Trofa, 2017 promete e poderá mesmo tornar-se perigosa – com as eleições autárquicas aí à porta, não será pois descabido pensar que alguns dirigentes, nas suas célebres arruadas, abordem as pessoas com certo tipo de argumentos políticos, pedindo votos e, se contrariados, o caso possa mesmo acabar à estalada.
Poderá parecer que o título nada tem a ver com a crónica, mas tem, foi escrito num contexto literário para que o cronista não tenha de se retratar em tribunal.

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