Ano 2012
É preciso que se mude de paradigma
O povo português tem nas suas raízes algumas características, que o diferenciam de muitos outros povos; é lutador, ordeiro, compreensivo, voluntarioso, aguerrido, civilizado, simpático, hospitaleiro, afetivo e muito humano. Ao longo da sua história, o povo português passou por muitas crises, mas com uma capacidade de adaptação exemplar e muita determinação e tenacidade, ultrapassou vitorioso os difíceis obstáculos que foram aparecendo ao longo de mais de oito séculos.
A personalidade psicossocial do povo português é complexa e envolve contradições, mas a sua força interior e o desejo maior da aventura, levou-o a navegar por mares nunca antes navegados e a descobrir os quatro cantos do mundo. Em tempos bem mais difíceis que os atuais, uma das nações mais pequenas da Europa foi considerada entre os colossos invencíveis do mundo. Era assim Portugal; era assim o povo português!
Os defeitos e as virtudes dum povo podem sofrer profundas mutações em função do período da história em que se está a analisar. Também é assim, com a grandeza e a decadência duma nação, que se pode ficar a dever à evolução íntima do seu povo como pode ser provocado pelos acontecimentos circunstanciais da época em questão. Uma certeza a história nos tem dado: em todas as épocas tem-se verificado o temperamento expansivo e dinâmico do povo português.
Neste pequeno retângulo à beira-mar plantado, não tivemos no passado e, infelizmente, não temos no presente, jazidas de ouro, petróleo ou gaz natural. Não temos jazidas nem temos um tecido industrial forte que nos catapulte para o topo das nações mais ricas do mundo. Por isso é que os salários dos portugueses são considerados elevados, quer pela «troika», quer pelos políticos ou até pelos «politólogos», pois têm em consideração os salários versus o PIB, que é o somatório de todos os bens ou serviços produzidos num certo período.
É verdade que Portugal não tem riquezas nem abundâncias, para ser considerado um País rico, mas tem outras riquezas tão ou mais importante que essas, para poder ser considerado um País com um futuro risonho. Portugal tem o sol, a terra, o mar e, obviamente, o povo português, que tem sido mal tratado, principalmente ao longo da última década e que outros países se têm aproveitado dele para crescerem. Atente-se ao facto, que os países mais evoluídos do mundo têm com certeza uma comunidade forte, de trabalhadores emigrantes portugueses.
Portugal, deve deixar de ser um País só de serviços. Portugal precisa com urgência de se voltar de novo para o campo e implementar uma verdadeira indústria agrícola, que produza aquilo que importa; precisa com urgência de aproveitar o sol e implementar diferentes tipos de turismo, sem esquecer o turismo religioso que nunca foi bem desenvolvido; precisa de se virar de novo para o mar e aproveitar o que ele tem para dar, pois tem uma das maiores ZEE (Zona Económica Exclusiva) do mundo, com 3,6 milhões de quilómetros quadrados.
Se Portugal fosse um País produtor de petróleo, gaz natural e ouro ou em alternativa, se Portugal tivesse um tecido industrial forte, uma boa exploração do nosso solo e do nosso mar, será que os ordenados dos portugueses eram considerados altos? Claro que não! É imperativo que tenhamos reformas que melhorem a produtividade, mas também é preciso que se mude de paradigma. Hoje, que amanhã é muito tarde!
José Maria Moreira da Silva
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