Ano 2010
Downsizing: Um objectivo para todos
Em tempo de conjuntura económica mundial favorável, mais conhecido por tempo de “vacas gordas”, todos sem excepção, Estado, autarquias e instituições engordaram desmesuradamente. Eram tempos de fartura.
Andaram todos a engordar mais do que seria razoável, e com isso foram-se criando hábitos nefastos para a saúde pública e privada. Os níveis de despesa descontrolada foram tais, que o despesismo ultrapassou as raias do aceitável para daí se partir para um endividamento tal, que precisam todos, urgentemente, de um programa de emagrecimento, que traga de volta a esperança de um futuro mais saudável.
Os tempos de hoje são de uma crise violenta, que exigem medidas radicais de combate aos males da sociedade: o despesismo exagerado e sem controlo. Esse combate, para ser eficaz, deve saber utilizar na perfeição todos os instrumentos disponíveis.
As estruturas organizacionais, que num passado recente sofreram processos de insolvência e conseguiram saltar com êxito para o futuro, tiveram estratégias e objectivos bem delineados. Reagiram às adversidades do momento implementando medidas rigorosas de controlo de custos, sem colocar em risco a eficiência operacional, que é a chave do sucesso. É possível implementar um regime de emagrecimento sem pôr em causa a saúde.
A verdade corrosiva é que Portugal está falido. Uma economia que em cada 3 anos, dos últimos 27, cresceu um por cento não resiste num país europeu. Portugal tem um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia. Por hora endividamo-nos 2 milhões de euros. A economia está a derrotar a Democracia. A maioria das autarquias e instituições portuguesas são um bluff e estão tecnicamente falidas.
O Estado, as autarquias e as instituições, que não tiveram visão e por isso não foram pró-activas, terão de reagir agora com firmeza a factores extrínsecos que minam por dentro a possibilidade de poderem vingar com êxito. Uma redução drástica de custos é fundamental, bem como o empenho de pessoal altamente especializado e mecanismo de controlo bastante rígidos. É este tipo de downsizing, que funciona como resposta à crise instalada no nosso país. No Estado, nas autarquias, nas instituições e até na sociedade, nas famílias.
A desconfiança e a desmotivação não podem ser factores de desestabilização neste processo. É verdade, que muitas vezes, como acontece agora, existe muita desconfiança na capacidade daqueles que têm como missão gerir os nossos destinos e com isso a descrença surge como factor desmotivante. É preciso acreditar. É preciso ter empenhamento por muito ténue que seja a nossa crença.
Para o bem dos nossos filhos e dos nossos netos! Para um futuro melhor.
www.moreiradasilva.pt
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