Ano 2010
Disputas entre facções partidárias só têm prejudicado a Trofa
As “guerras” eleitorais no interior dos partidos, com as diferentes facções a confrontarem-se de forma violenta, têm sido uma constante no PS e no PSD, e nada têm contribuído para o bem-estar dos trofenses e para o desenvolvimento do Concelho. Foi assim no passado. É assim no presente.
As disputas eleitorais entre facções no interior dos partidos políticos, deixam mazelas que nem o tempo as cura. Os oponentes ficam inimigos. Ao contrário das disputas eleitorais entre partidos, que são saudáveis, em termos democráticos. Um político com cultura democrática e cívica, no dia seguinte ao acto eleitoral vai com relativa facilidade almoçar com o seu opositor. São adversários políticos. Que diferença entre os opositores internos e externos!
No interior dos partidos políticos, é legítimo que qualquer militante participe afincadamente nos actos eleitorais. É até seu dever de militante. Quando se está num cargo público, para o qual foi eleito para gerir os destinos de uma população, como é o caso de uma Presidência de Câmara Municipal, este dever deve estar acima de qualquer disputa que possa vir a prejudicar o povo. As disputas internas, por deixarem mazelas, prejudicam gravemente, como se tem verificado ao longo do tempo em que a Trofa é Concelho.
No início da sua autonomia, a Trofa viu-se confrontada com uma “guerra fratricida”, no interior do PSD, que se reflectiu ao longo de uma década. Foi um candidato escolhido pelo presidente do partido contra um candidato imposto pela estrutura local. Ganhou a imposição local, contra a vontade nacional, que nesse tempo até governava o país, e foi o que se viu: a retaliação, óbvia, fez-se sentir. Ao longo dos mandatos não houve na Trofa uma única obra de referência vinda do poder central. “Amor com amor se paga!”. O bem-estar dos trofenses e o desenvolvimento da Trofa, que esperem por melhores dias!
Mudaram-se os tempos e o poder instalado também mudou. Mas, o novo poder instalado nada aprendeu com os erros do passado e na primeira oportunidade de disputas internas faz um “copy paste” e comete um erro semelhante.
Recentemente, o PS da Trofa entrou numa disputa interna violenta que nada tinha a ver com a Trofa, nem com os trofenses. Foi a disputa para a comissão política distrital. Dois opositores, um claramente favorito com todo o seu passado de apoio ao poder nacional e que teve o apoio de dirigentes nacionais do partido, e o outro, um “outsider”, que recebeu o apoio de figuras menores do partido. O PS da Trofa, eleito para gerir os destinos da Trofa e lutar pelo bem-estar dos trofenses, escolheu um lado errado da barricada, o candidato mais fraco, e levou consigo muitos trofenses. Obviamente, perdeu a sua aposta. Era mais que evidente!
O tempo dirá se esta “guerra fratricida” a que a Trofa assistiu, prejudicará mais uma vez o futuro do Concelho. Para se entrar em “guerras” internas, sem prejudicar as populações, é preciso ter uma estatura política, que o PS da Trofa não tem a nível nacional.
Veremos se a Trofa tem as suas variantes e se o Metro chegará à Trofa.
José Maria Moreira da Silva
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt
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