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Dia do Vegetarianismo: a filosofia de comer melhor sem prescindir da dieta mediterrânica

Crónica Cantinho da Saúde

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O Dia Mundial do Vegetarianismo, celebrado a 1 de outubro, serve como um lembrete de que as nossas escolhas alimentares podem ter um impacto profundo na saúde, no ambiente e no bem-estar animal. Este dia convida-nos a refletir sobre os benefícios de uma alimentação mais vegetal e a considerar a adoção de práticas alimentares que priorizem o equilíbrio e a sustentabilidade. No entanto, uma transição para o vegetarianismo não precisa de significar a ruptura total com as tradições culturais, especialmente em regiões como Portugal, onde a dieta mediterrânica é um pilar gastronómico e de saúde.

A dieta mediterrânica, reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, é amplamente aclamada pelos seus efeitos positivos na saúde cardiovascular e na prevenção de doenças crónicas. Esta dieta é caracterizada por um elevado consumo de frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas, frutos secos, azeite e peixe, com moderação no consumo de carne, sobretudo a vermelha. Um aspeto interessante é que muitos dos princípios do vegetarianismo alinham-se com esta filosofia alimentar.

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O vegetarianismo, que pode ser adotado em diferentes níveis – desde o estrito (vegano) até ao ovo-lacto-vegetariano – propõe a eliminação ou redução do consumo de produtos de origem animal. Para muitos, esta mudança é motivada por questões éticas, ambientais ou de saúde. No entanto, para quem vê a carne como um elemento cultural importante, a ideia de uma transição completa para o vegetarianismo pode parecer drástica. Mas será mesmo necessário prescindir de uma dieta rica e tradicional como a mediterrânica para acolher os benefícios do vegetarianismo?

A resposta é não. É possível seguir uma alimentação mista, que combine o melhor dos dois mundos: a base vegetal do vegetarianismo com a diversidade e riqueza nutricional da dieta mediterrânica. Esta abordagem flexível permite reduzir o consumo de carne de forma gradual e consciente, sem perder o sabor e os benefícios dos alimentos frescos e integrais. Um exemplo prático é privilegiar as leguminosas (grão-de-bico, lentilhas, feijões), ricas em proteínas, e substituir a carne vermelha por opções vegetais ou mesmo por peixe, que ocupa um papel de destaque na dieta mediterrânica. As proteínas vegetais, como o tofu ou o seitan, podem também complementar pratos tradicionais.

A questão da quantidade de carne a consumir por dia é outra área de debate no contexto de uma alimentação saudável. De acordo com recomendações internacionais, o consumo de carne vermelha deve ser limitado a cerca de 500 gramas por semana, ou seja, aproximadamente 70 gramas por dia. O foco deve estar na variedade, promovendo-se uma alimentação diversificada em que a carne não seja a protagonista diária, mas sim um complemento ocasional. Já a carne branca, como o frango e o peru, pode ser consumida com maior frequência, mas também com moderação.

A dieta mediterrânica ensina-nos que o segredo está na simplicidade: azeite como fonte principal de gordura, frutas e vegetais frescos da época, leguminosas em abundância e, claro, moderação em tudo. Uma abordagem vegetariana à dieta mediterrânica pode incluir pratos tão simples e nutritivos como saladas de grão-de-bico, massas integrais com vegetais e azeite, ou estufados de lentilhas com especiarias.

O vegetarianismo, tal como a dieta mediterrânica, valoriza a saúde a longo prazo, promovendo a prevenção de doenças como a diabetes tipo 2, a hipertensão e o colesterol elevado. Ao reduzir o consumo de carne e privilegiar fontes de proteína vegetal, está a proteger o coração e a diminuir o risco de obesidade.

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