Fique ligado

Ano 2010

Dia 2010-08-27 – Sob o calor do sul e as planícies a norte

Publicado

em

 

Os dias que passei em Buda com o meu amigo Lou serviram para descontrair um pouco. Num desses dias fui até San Antonio para visitar “El Alamo”, lugar histórico para o Texas e para os Estados Unidos.

Pensei que seria mais grandioso, mas era apenas uma pequena igreja, só paredes, sem nada lá dentro. Por fora, havia um jardim com parte dos muros da antiga missão e umas construções, mas não me encheram as medidas.

Publicidade

 

Em conversa com uns amigos, estes aconselharam-me a não ir até à Florida, como eu estava a pensar. Estamos no Verão e o calor tem sido demasiado e lá ainda é mais quente. Deveria ir para norte e seguir pelo Canadá. Eu achei boa ideia, afinal, para mim todas as direcções são interessantes.

Pensei que ainda podia passar por New Orleans, para visitar essa cidade antiga e famosa pelo jazz.

Tentei fugir das estradas principais e segui por secundárias durante muitos quilómetros. O estado da Louisiana é muito plano e não faltavam rios e lagos ao longo da estrada. O calor mantém-se e, mesmo com a ameaça de chuva, cheguei a New Orleans sem que começasse a chover. Passei duas noites na cidade e pude apreciar a vida nocturna, assim como o seu famoso bairro francês. Não faltam bares com música ao vivo e no sábado à noite eram inúmeras as pessoas a passear nessa zona.

Ainda pude ver um daqueles barcos a vapor (não sei se seria mesmo) a passar no rio Mississipi, mas ia muito chegado à outra margem.

Segui para norte, numa zona muito plana e que nada tem de especial. Vou apreciando a paisagem, mas não houve nada fora do normal. Sempre campos verdes e muita floresta. Passei em Natchez, cidade que me disseram que seria bonita, mas não me entusiasmou. As estradas seguem sempre entre enormes campos de milho seco ou soja. Para quebrar a monotonia das longas rectas do Arkansas, passei nas Ozark Mountains onde me deliciei com alguns quilómetros de estradas com curvas.

Em 2008, conheci, em Buenos Aires, o Sean Tucker, que vive em Kansas City. Passei por lá para visitá-lo. Ele e um cunhado falaram-me das Black Hills, no Dakota do Sul, e que eu deveria passar por lá, pois era uma região muito bonita. Pois bem, para mim todas as direcções são boas e por isso aproveitei a ideia. O problema foi chegar lá. Por aqui, as distâncias são muito grandes e as estradas tornam-se monótonas por serem sempre iguais, com campos de milho e soja durante quilómetros. Ao longo da estrada 2, no Nebraska, apareciam umas pequenas colinas que quebravam essa monotonia.

Estive quase a ficar sem gasolina, porque as aldeias são muito pequenas e nem todas têm combustível. Valeram-me uns trabalhadores da estrada que me arranjaram alguma para eu poder chegar a uma cidade maior.

Na região das Black Hills já era outra satisfação rolar nas estradas, muitas curvas com subidas e descidas e paisagens bonitas. Em muitos lugares, os animais selvagens andavam próximos das estradas. O monumento a Crazy Horse, um antigo chefe índio, ainda está a ser feito, mas fui até lá para ver e visitar o museu do complexo. Mais a norte, fica um outro monumento, o Monte Rushmore, com as figuras de quatro presidentes norte-americanos.

Andei mais um pouco pelas estradas Needles Hwy e Iron Mountain Hwy, que uns dias antes um sujeito me tinha aconselhado a passar, e que realmente eram uma maravilha para percorrer.

Voltei-me para leste e continuei caminho em direcção às Badlands, um outro parque natural. Aqui são as colunas e outras formações rochosas que atraem as atenções, com as suas formas e cores, apesar de toda a secura em redor.

Novamente em direcção ao nascer do sol, vou seguindo para a região dos grandes lagos.

Fort Thompson, N 44º 04,258′ W 99º 26,114′

 

António Queirós

Continuar a ler...
__________________

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...