Edição 769
De outsiders a heróis da Elite do Porto
Orientados pelo treinador Jorge Moura, estes jogadores, de pequeno só se podem considerar pelo tamanho, devido à tenra idade, porque tudo o mais foi em grande.
Estes são os números que fazem um campeão: 25 jogos, 24 vitórias, 72 pontos em 75 possíveis, 166 golos marcados e 26 sofridos. Estes são os números que descrevem a época (quase) imaculada da formação de benjamins do Atlético Clube Bougadense que, no sábado, 2 de julho, recebeu das mãos do vice-presidente da Associação de Futebol do Porto (AFP), Rui Gomes, a taça de campeã da Divisão de Elite em sub-11 e sub-10.
Orientados pelo treinador Jorge Moura, estes jogadores, de pequeno só se podem considerar pelo tamanho, devido à tenra idade, porque tudo o mais foi em grande. A primeira fase cem por cento vitoriosa juntou-se a uma competição, mais exigente, que tinha, logo à partida, um favorito pelo nome que ostenta: Futebol Clube do Porto. Mas os resultados conquistam-se dentro das quatro linhas e, aí, o Atlético Clube Bougadense ofuscou toda a concorrência. Venceu no terreno dos “dragões” quando já levavam quatro triunfos consecutivos e “encheu-se” de combustível – vulgo, motivação – para mais cinco jogos a ganhar. Só tropeçou em casa, no reencontro com o FC Porto, mas o trabalho feito até aí não se apagaria e destino parecia traçado: mais duas vitórias e a conquista do campeonato. “No início, disse-lhes que os heróis nunca partem como favoritos e, de facto, quando começou a época, não éramos favoritos na nossa série, havia muitas equipas com mais nome, e quando passamos à Divisão de Elite, unicamente com vitórias, também não éramos os primeiros favoritos, nem sequer os segundos, nem os terceiros. Mas o facto é que estamos perante um grupo de miúdos que trabalha muito e que leva o futebol muito a sério, por isso mereceram isto”, disse o treinador ao NT, lembrando alguns sacrifícios dos jogadores, como um que “jogou contra o FC Porto com um dedo do pé partido e só contou à equipa no fim” e de outros que “entraram em campo doentes para ajudarem a equipa”.
Na cerimónia de entrega da taça, Rui Gomes, vice-presidente da AFP, sublinhou que esta conquista é resultado do “caminho” que está a ser traçado pelo Bougadense, através da “nova visão” da direção encabeçada por André Fernandes.
Por sua vez, o dirigente bougadense assumiu que o título é o “culminar perfeito de uma primeira época enquanto presidente do clube, que superou todas as expectativas”.
“Uma época que se adivinhava difícil, terminou por ser uma época de várias conquistas, com um aumento de 40 para 160 atletas na formação e na criação de uma estrutura credível que fazem do Bougadense de hoje uma entidade formadora e uma bandeira de ética”, acrescentou.
Quanto aos campeões, além da medalha que ganharam, levam para o futuro a garantia de que 2022/2023 poderá ser, igualmente, vitoriosa, caso continuem “a fazer da humildade e união” a máxima que ditou o sucesso da época que terminou.
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