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Crónicas e opinião

Dar vida aos Parques

A obra dos parques ressuscitou um espaço que era sombrio e pouco recomendável quando o sol se punha. Mas a verdade é que, à noite, aquele espaço continua muito vazio e subaproveitado.

João Mendes

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Longe vão os tempos em que os Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro eram, pelo menos a determinadas horas do dia, impróprios para ser frequentados. Espaços escuros, sem outra utilização que não fossem as cerimónias religiosas na Capela ou o mercado semanal, os nossos parques eram sobretudo território de tráfico e consumo de drogas duras e epicentro local da crise da heroína dos anos 90. Ninguém queria os seus filhos lá.

Com a obra dos parques, tudo mudou. Mudou a aparência do espaço, para melhor – pese embora a destruição dos coretos e substituição por aquelas coisas que lá puseram – mudou a atmosfera circundante, tornando o parque mais aberto, amplo e iluminado, e mudou em termos de funcionalidade, não só pelas estruturas públicas lá instaladas, como o Fórum e o parque de estacionamento, mas também pelo novo lay-out, pensado para receber acontecimentos locais, como provas desportivas ou eventos com as Festas em Honra de Nossa Senhora das Dores.

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Mais importante, e ao contrário do que acontecia no passado, os parques são hoje um local onde as famílias gostam de passear. Onde levamos os nossos filhos, seja para brincar no parque infantil, seja para jogar à bola na relva, seja para andar de bicicleta.

Qual é o problema?

O problema é que, à noite, os parques continuam sem vida, vazios e subaproveitados, excepto nos dias em que lá se realizam eventos. Que, convenhamos, não são muitos. O que me leva ao tema que vos trago hoje, e que de resto já gerou uma discussão interessante na rede social Facebook.

Do início: agora que já passaram algumas semanas do término das nossas Festas, muito bem organizada pelas gentes de Valdeirigo, a quem aproveito para enviar novo cumprimento e o meu agradecimento pelo excelente trabalho em prol da comunidade, decidi usar o meu espaço neste jornal, e nas suas redes sociais, para lançar a discussão sobre um tema que me parece pertinente, e que merece, julgo eu, ser debatido.
Aqui vai: durante as festas, como já vem sendo habitual, alguns estabelecimentos da Trofa montaram bares improvisados no Parque Nossa Senhora das Dores. E estavam cheios, pelo menos nos dias em que estive lá. O que é bom para todos: para os donos dos bares e cafés, para a organização das Festas e para as pessoas que puderam usufruir deles nas noites quentes de Verão.

Isto leva-me a crer que – caso a CM da Trofa e os estabelecimentos interessados se articulem – é possível dar mais vida ao parque durante os meses de Verão, e não apenas durante os dias da festa.

A obra dos parques ressuscitou um espaço que era sombrio e pouco recomendável quando o sol se punha. Mas a verdade é que, à noite, aquele espaço continua muito vazio e subaproveitado.

E se os bares, cafés, snack-bars ou até restaurantes da Trofa pudessem ocupar parte daquele espaço de Junho (ou mesmo Maio) até Setembro (ou Outubro)?

Não ganhariam os parques outra centralidade e os trofenses um espaço mais dinâmico para passear, tomar café ou beber um copo durante as noites de Verão?

Até que ponto poderia a autarquia dinamizar os parques em parceria com os estabelecimentos que estivessem disponíveis para ali ficar durante 4 ou 5 meses?

Segundo Fernando Flores, proprietário do Malte, um dos bares que está habitualmente presente neste e noutros eventos locais, foi apresentada uma proposta neste sentido ao antigo presidente da CM da Trofa, Sérgio Humberto, e ao vereador Renato Pinto Ribeiro, sem que tal lhes tenha merecido grande interesse. Talvez com a mudança de presidente seja possível negociar. Consensos nunca foram o forte do homem que estava de pedra e cal até ao fim do seu mandato na Trofa, até ser demovido por valores mais altos que se levantaram, nomeadamente um salário de 5 dígitos no Parlamento Europeu.

Fica lançada a discussão.

Que acham vocês, caros conterrâneos?

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