Edição 639
Crónica: O trilema das autárquicas
Aproxima-se o dia em que os cidadãos vão ser mais uma vez convidados a exercer o seu direito de voto, que é um direito pessoal, direto, secreto, presencial e universal, mas também é um dever cívico significativo, pois assenta numa considerável responsabilidade de cidadania. No próximo dia 1 de outubro, os portugueses vão ser solicitados a colocar uma cruz no boletim de voto, neste caso em dose tripla – câmara municipal, assembleia municipal e assembleia de freguesia.
No próximo ato eleitoral apresentam-se a sufrágio eleitoral várias candidaturas e milhares de candidatos a dizerem que são eles os melhores, que merecem por isto e por aquilo ter o voto do eleitorado, só que muitas das propostas que apresentam não são verosímeis e carecem de verdade, coerência, realismo e até imaginação. Muitos candidatos nem sequer sabem os poderes do órgão e do cargo para que se candidatam, o que são as autarquias, o que é exercer o poder e a importância da oposição, o que é a democracia.
Algumas candidaturas são constituídas por muitos candidatos sem cultura democrática, com pessoas de mau carácter, sem ideias inovadoras ou recalcadas de propostas já anteriormente apresentadas e impossíveis de serem realizadas. Para baralhar ainda mais o eleitorado apresentam-se fantasiadas com uma imagem de pureza, para esconderem o seu historial de conflitos e desonestidade.
Em período de campanha eleitoral a hipocrisia sai à rua vestida com um sorriso de circunstância e ornamentada com uma simpatia balofa. Com desfaçatez atiram poeira para os olhos dos cidadãos e, com falinhas mansas, fazem juras de amor incondicional prometendo o céu e a terra, mas na essência não passam de um desamor e de uma vontade em azucrinar a vida das pessoas.
Os cidadãos já estão calcinados, já estão vacinados contra este tipo de candidaturas, pois já são muitas as vezes que foram solicitados a exercer o seu direito de voto. O eleitor vai mas é ser confrontado com um trilema que apresenta as seguintes variáveis: não ir votar: votar branco ou nulo; votar fazendo uma cruz no quadrado da candidatura preferida.
O trilema das eleições autárquicas é de fácil solução, se for colocada na decisão a consciência e a cidadania, que eliminam desde logo a primeira hipótese, a abstenção, o não ir votar, o querer ficar isento de responsabilidades futuras. Como são várias as candidaturas que se apresentam a voto é muito difícil o cidadão não ter uma com quem se identifique, pelo que também fica excluída a hipótese de voto branco ou nulo.
Depois destas exclusões, ainda falta decidir qual o quadrado onde se vai colocar a cruz, por isso deve ser analisado bem o perfil das diferentes candidaturas para se recusar aquelas que são autênticos embustes. Assim sendo, tudo fica mais simples, porque sobressai a candidatura que pretende servir e não servir-se, que tem mais capacidade, que tem um elevado grau de honestidade, que tem mérito reconhecido, que possui um bom nível de conhecimento técnico e que apresenta um conjunto de propostas verosímeis, possíveis de serem concretizadas. É a esse candidato que o cidadão deve emprestar o seu voto.
José Maria Moreira da Silva
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt
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