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Edição 541

Crónica: E agora, Portugal?

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As eleições legislativas ditaram os resultados que os portugueses soberanamente quiseram; foi o que foi, nada há a dizer. É inequívoco que a Coligação PSD/CDS-PP ganhou as eleições, com uma maioria relativa, mas com uma margem significativa em relação ao seu principal opositor, o Partido Socialista. Os socialistas só podem queixar-se de si próprios, pois apresentaram um programa eleitoral ao centro e um discurso à esquerda, por vezes radical. Os eleitores aperceberam-se disso e castigaram-no com uma das suas piores votações de sempre.

A Coligação PSD/CDS-PP ganhou a batalha da estabilidade, da confiança e da moderação, contra a aventura e o radicalismo, mas em democracia é tão importante quem governa como quem está na oposição. Portugal precisa de um Governo que governe bem, mas também precisa de uma oposição forte, com qualidade, que faça o que tem a fazer, uma oposição construtiva. Glória aos vencedores e honra aos vencidos. A democracia precisa de todos.

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Tem vindo a acontecer em toda a Europa uma rejeição das ideologias mais radicais. Só a Grécia, um país em estado calamitoso é que ficou com um governo de maioria contra natura, pois é uma coligação de radicais de esquerda com radicais de direita. Um dia destes será feito o édito do seu finado. Uma coligação de inimigos figadais, inimigos históricos, só pode acontecer, que um dia destes um deles vai ser “apunhalado pelas costas”, pelo outro.

Toda a Europa desenvolvida, mesmo atravessando uma grave crise tem varrido do espectro político a esquerda esclerosada e a outra esquerda dita “moderna”. Os portugueses também assim o disseram. Os portugueses disseram nas urnas que o PSD, o CDS-PP e o PS, os três maiores partidos em número de Deputados vão ter de entender-se na próxima legislatura, por isso, mais de 80% dos portugueses votaram nos partidos políticos que defendem a nossa presença no Euro, na União Europeia e na NATO. É muito significativo!

E agora, Portugal? Agora, os níveis de esperança estão elevados com a próxima governação. Os portugueses colocaram desafios tremendos à nova governação. Mas também é para isso que os governantes lá estão: para governar, e se tiverem capacidade, para governar bem! Existe um forte desejo de que o próximo governo consiga reforçar este novo ciclo económico, que gere riqueza, que faça baixar significativamente a taxa de desemprego, os índices de pobreza e a Justiça mais eficaz e mais célere.

É necessário e exigível, que o próximo Governo também alivie a carga fiscal, que ataque o abuso da praga dos recibos verdes e do trabalho precário e temporário, que perceba que as causas suplantam as estatísticas e que deixe de ter obsessão pelos números e pelas estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas e que tenha como centro, e fim último, da sua atividade, o Ser Humano. Só assim é que a política faz sentido!

Portugal precisa de uma Política Externa eficaz, que o país nem sempre teve. É verdade que é preciso dinheiro para a ter, mas não podemos esquecer que há países que desaparecem ao longo dos tempos. Se formos verificar a história vemos uma grande quantidade de países que desapareceram.

Atualmente veja-se o caso da Síria e do Irão. Provavelmente daqui a cem anos vão deixar de existir muitos países que atualmente existem. É preciso uma Política Externa consistente, com urgência, que afirme Portugal no Mundo.

O futuro, que se avizinha é difícil, está aí a exigir muito trabalho e o caminho está cheio de obstáculos; é sinuoso e pedregoso, mas vai levar Portugal ao desenvolvimento desejado. O tempo agora é de mostrar que valeu a pena o esforço feito pelos portugueses. É tempo de “arregaçar as mangas” e demonstrar que Portugal tem futuro. Eu acredito!

 

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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