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Edição 648

Crónica: Agarra que é ladrão

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Após umas férias, depois de um ano de crónicas, o regresso a escrever as crónicas sobre a história do nosso concelho, tentando recuperar do passado momentos e peripécias da história e cultura.
Escrevendo a continuação do artigo da semana passada, sobre a história das forças policiais no nosso concelho e a sua respetiva ausência, surgiu a necessidade de demonstrar essa efetiva necessidade de haver quem zelasse pela segurança e pelo património dos trofenses.
Os assaltos a estabelecimentos comerciais eram frequentes desde data bastante remota, sendo relatado na presente crónica um assalto acontecido em 1904 que foi notícia na imprensa, mais concretamente no mês de dezembro e foi realizado em S. Romão do Coronado, no estabelecimento de António Cabral Guedes, alguém se lembra deste negócio e do seu proprietário?
O seu estabelecimento foi assaltado pelo método de arrombamento, tendo sido roubados: 32 pares de botas, chapéus de homens, camisas, fazendas de lã e algodão, gravatas, tabaco e por último algum dinheiro que tinha ficado em caixa.
O dono do estabelecimento não deu pelo assalto, apenas no dia seguinte descobriu o acontecimento nefasto e começaram as diligências para apurar os culpados.
Um importante assalto que teve destaque na imprensa devido à enorme quantidade de material roubado e o seu valor ser elevado.
Os assaltantes foram capturados em S. Tomé de Negrelos e foram conduzidos juntamente com o cavalo que se faziam transportar a si e à mercadoria roubada para as autoridades competentes. Os autores do roubo foram: um vendedor ambulante de Cinfães e um morador no Porto e possivelmente o enorme material roubado iria ser vendido pelo vendedor ambulante na sua atividade comercial.
Mutos roubos aconteceram, contudo, este mereceu especial destaque pela quantidade roubada, o facto de os assaltantes não serem do nosso concelho e sobretudo por um deles ser de bastante longe da Trofa e com especial atenção para o meio utilizado para transportar o roubo ser um cavalo, algo impensável para o presente… tempos em que os ladrões fugiam a cavalo…

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José Pedro Reis historiador

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1 “Roubo e Prisão” Semana
Tirsense, Dezembro 18, 1904

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