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Correio do leitor: O metro que não chega à Trofa

“Muito se tem falado sobre a continuação do metro com destino à Trofa e até à data nada se vislumbra. Tem sido uma miragem!”

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Muito se tem falado sobre a continuação do metro com destino à Trofa e até à data nada se vislumbra. Tem sido uma miragem! Foi há 20 anos, a 23 de fevereiro de 2002, que o comboio da via estreita atravessou pela última vez a estação da Trofa, sob a promessa de dar lugar ao metro, que nesse ano se estreou no Porto e não avançou para lá da cidade da Maia (ISMAI), até hoje. Este dia deixou má recordação ao Concelho da Trofa, principalmente à freguesia de S. Cristóvão do Muro, como para Santiago de Bougado, pelo apeadeiro de Cedões, e pelo apeadeiro de N.ª Sr.ª das Dores, em S. Martinho de Bougado. Ninguém gosta de evocar este dia, mas é difícil esquecer porque as populações ficaram sem este regular transporte até à Trindade, troço inaugurado pelo então Presidente da República, General Carmona.
A população sente-se revoltada e clama “justiça”, exigindo o que têm direito, para que os sete quilómetros desde a Maia até à cidade da Trofa sejam repostos e assim desapareçam as enormes vegetações que albergam bicharada rastejante a entrar pelas habitações. O povo pensou mudar para melhor, não para pior. Existem opiniões que a verba gasta em desviar o metro do percurso usual, junto ao Jardim Zoológico, para o centro da cidade da Maia e com as duas grandiosas pontes, terminando no (ISMAI), foi a razão para a linha não seguir até à Trofa. Acabaram-se os milhões e os últimos ficaram esquecidos, infelizmente.
Nem toda gente tem carro e quem o utiliza, com a carestia dos combustíveis, o metro era uma ótima alternativa para a população viajar para os seus empregos e estudos. Todos nos lembramos que o comboio em meia hora fazia o trajeto Porto-Muro, sem impedimento das longas filas de veículos e este transporte até atraía novos moradores no Muro, Alvarelhos, Guidões, Santiago de Bougado e S. Martinho. Sem transportes regulares e desajustados, a população local faz correria para cumprir horários. Só lhes resta o carro para chegar ao Porto num calvário de filas.
Se os governantes incentivam as pessoas a andar de transportes públicos e a reduzir os automóveis, não é assim que vão conseguir diminuir o problema da poluição. Se houver metro, parte das pessoas não vão encher a estrada de carros. Agora que chegou a famigerada “bazuca”, é hora de exigir ao Governo e à Área Metropolitana do Porto a reposição da linha em falta, desde o (ISMAI), ao antigo apeadeiro de Nossa Senhora das Dores, lugar privilegiado para os Munícipes tratar dos assuntos na nova Câmara Municipal. É crucial ter neste local transporte para a população a sul da Trofa.
O Sr. Presidente da Câmara deve lutar com todos os trunfos possíveis e em diálogo construtivo como já tem feito. Se nada avançar, devemos encetar formas mais musculadas, até mesmo o veto total do Concelho nas eleições. Tem de existir forte união entre as oito Freguesias. Que a Trofa recupere a sua dignidade…


Firmino Santos

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