Edição 762
“Corpo Plural” de Isabel Lhano na galeria da Cruz Vermelha
A inauguração da mostra, na galeria montada no auditório Tomé Carvalho, nas instalações da instituição, acontece a 9 de abril (sábado), às 16h00.
A pintora Isabel Lhano vai ter a exposição “Corpo Plural” patente na sede da delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa. A inauguração da mostra, na galeria montada no auditório Tomé Carvalho, nas instalações da instituição, acontece a 9 de abril (sábado), às 16h00, e o público terá oportunidade de ver os últimos trabalhos em tela feitos pela artista e que foram expostos apenas uma vez, devido à pandemia da Covid-19.
Os cerca de 20 acrílicos contam a história de “duas irmãs bailarinas” e testemunham a “fraternidade” que se alimenta dos laços familiares, conjugada com a “relação muito bonita” que mantêm com o corpo.
As imagens pintadas surgiram de fotografias captadas através de um vidro onde as bailarinas se colocaram em poses escolhidas pela artista. “Foi complicado, porque eu queria que os corpos estivessem a esvoaçar, tipo a imagem da Capela Sistina, que me fascina pela disposição dos corpos e dos tecidos”, explicou a pintora, numa antevisão ao que o público poderá ver na exposição.
“Corpo Plural” é mais um produto da “paz e beleza” que Isabel Lhano procura transmitir através das telas, valores que sempre mediaram o seu percurso artístico.
“O que passo para a tela é uma certa mensagem de beleza que é importante no mundo em que vivemos. O mundo está feio e desumanizado e através deste meu talento que herdei do meu pai, o esmaltista Martins Lhano, tento passar essa mensagem comunicar com os outros”, sublinhou.
Natural de Vila do Conde, Isabel Lhano é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto. Assumiu um papel interventivo no Movimento Estudantil de Resistência ao Fascimo, tendo sido presa pela PIDE, por ter sido apanhada a distribuir um comunicado contra a guerra colonial.
A censura chegou a influenciar o percurso académico, por exemplo, quando chumbou num exame por ter apresentado uma pintura alusiva “a uma chacina dos soldados portugueses numa aldeia em Moçambique e, do outro lado, um grupo da FRELIMO”.
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