Edição 518
“Confissão” em cena na Casa do FC Porto da Trofa
Festival de Teatro Amador da Trofa começa com a peça “Confissão”, interpretada pela Companhia de Teatro Múltiplo, pelas 21.30 horas desta sexta-feira, 10 de abril.
O antigo Teatro Alves da Cunha, na Casa do Futebol Clube do Porto da Trofa, vai regressar aos anos 70 e reviver a relação da Igreja com a sexualidade, no plano da sedução e do prazer. No confessionário, três pessoas vão falar com o padre sobre a sua vida pessoal, como é o caso de Francisco que se transforma em Françoise, pois não se sente bem no papel de homem, mas sim no de mulher.
A peça “Confissão” surge de uma “adaptação” feita por Fausto Silva a partir de “A Confissão” de Bernardo Santareno e que será interpretada pela Companhia de Teatro Múltiplo. Para o espetáculo, do género tragicomédia, são necessários “quatro atores”, um “contrarregra, assistentes de cena, técnico de som e técnico de luz”.
Os ensaios da peça começaram “em dezembro” e, na “fase de estreia”, decorrem “todos os dias”. “O tempo normal em que se põe uma peça destas em cena são quatro meses e nós estamos dentro desse tempo”, mencionou Fausto Silva, responsável pela Companhia de Teatro Múltiplo, que, nesta peça, vai apresentar atores da freguesia do Coronado.
Na preparação da peça de teatro nada foi deixado ao acaso. Além de “uma homenagem a Bernardo Santareno”, o grupo vai convidar “as senhoras para voltarem aos anos 70, altura em que esta peça foi escrita pelo Bernardo Santareno”, através da colocação de “uma mantilha na cabeça”. “Antigamente, as mulheres tinham de entrar cobertas e os senhores tinham de entrar descobertos, sem o chapéu. Simbolicamente, vamos pedir às mulheres que entrem com esse pormenor, que vamos oferecer”, explicou.
Para a estreia da peça, Fausto Silva assegura que “as expectativas são ótimas” e que a “adaptação está muito gira em termos de cenografia”, virada para “o teatro experimental”. “Não temos grandes apontamentos, nem grandes cenários. Os cenários são simples e de fácil leitura. As pessoas vão identificar-se, porque é um confessionário”, declarou.
O responsável convidou “as pessoas para verem teatro português, feito por pessoas portuguesas” e que “não tenham medo” de “sair de casa e de vir ao teatro”, porque este é sinónimo de “vida e magia”.
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