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Edição 447

Concelho da Trofa: 15 anos e um vazio estéril

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Foi em 19 de novembro de 1998, que milhares e milhares de trofenses, engalanados a rigor com t’shirts, bandeiras e chapéus em formato de barco, desceram à capital, de modo exemplar e ordeiro, para exigirem com legitimidade a sua autonomia. Foi uma luta triunfante. Já lá vão 15 anos de esperança quase perdida, de sonhos destruídos e desperdício de muito dinheiro, que dava para ter transformado a Trofa num Concelho exemplar. Era isso que se desejava, foi por isso que lutamos, mas não foi isso que aconteceu. Infelizmente!

A festa da alegria de ver o sonho concretizado, transformou-se rapidamente numa tristeza sem fim. Foi quase de imediato. Quando se começou a gerir o nosso próprio destino, verificou-se que afinal não basta elegermos os governantes para gerir o nosso futuro, pois a incompetência está ao “virar da esquina”. É preciso muita sabedoria, dedicação, bom senso e qualificação politica, social, técnica e humana. Sem estes atributos, dá no que deu!

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A gestão danosa do nosso município, ao longo destes 15 anos de emancipação, fez crescer uma raiva incontida nos dentes, que originou a vontade de gritar bem alto e mais uma vez acusar aqueles que fizeram calar bem fundo a tristeza de ver a Trofa chegar ao que chegou. De dedo em riste, eu acuso: foi um desperdício de 15 anos e de mais de 300 milhões de euros e pouco mais que nada, em termos de crescimento, desenvolvimento e construção de equipamentos e infraestruturas necessárias à melhoria da qualidade de vida dos trofenses. Pode-se afirmar que foram 15 anos e um vazio estéril. Tempo demais para tão pouco ou nada!

Os trofenses acreditavam num projeto novo que o levasse a um futuro diferente, para melhor, mas este tempo serviu apenas para colocar em prática um “crime social e político” hediondo, que foi o propósito de conduzir um povo para a letargia e para o tédio, eliminando o saudável “trofismo”, que levou milhares e milhares de pessoas à festa da “Ida a Lisboa Buscar o Concelho”. Este tipo de governação é típico de quem teve pouco ou nada a ver com a Criação do Concelho da Trofa. Viu-se e sentiu-se!

Uma profunda tristeza invade os corações dos trofenses, pois muito pouco foi feito e ainda, para agravar a sua tristeza, ficaram sem o comboio da “via estreita”, com a promessa da vinda do Metro à Trofa e até hoje, nada! Um profundo desgosto, que poderá ser compensado, parcialmente, com a ligação, numa 1ª fase, do ISMAI à Serra-Muro. Também a construção das variantes é preciso urgentemente. Hoje, se possível, pois amanhã pode ser tarde!

A esperança renasce, com a nova governação. Deseja-se ardentemente, e faz-se votos para que tenha o dom de saber fortalecer a crença num futuro melhor para todos os trofenses. Espera-se, que seja desta vez que as coisas sejam diferentes, para melhor! Não é difícil, pois basta ter qualidades técnicas e humanas, ouvir os trofenses, eliminar as “gorduras” da estrutura mais que pesada e desajustada e implementar uma governação adaptada às realidades do século XXI, sem perder o foco nos trofenses e na sua qualidade de vida. Tão só!

José Maria Moreira da Silva

moreira.da.silva@sapo.pt

www.moreiradasilva.pt

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