Crónicas e opinião
Comemoração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974
“O dia 25 de Abril deve ser uma data de esperança e de júbilo para todos os portugueses. A Liberdade não tem preço e constrói-se todos os dias. “
O 25 de Abril nasceu há 50 anos pela Democracia e Liberdade do povo português. Este é um dia histórico e memorável para Portugal e para todos nós, Lusitanos, espalhados pelos quatro cantos do mundo, com amor à pátria, à bandeira e ao hino nacional que muito honramos.
Apesar das agruras negativas que passamos nestes 50 anos, é positivo enaltecer estas comemorações para mais 50 anos com melhor futuro para os vindouros.
Abril sempre…
Ao longo de 48 anos, milhares de homens e mulheres sacrificaram a sua liberdade, a sua integridade física e alguns até a sua própria vida para que hoje todos nós pudéssemos decidir coletivamente o nosso futuro, sem amarras, sem terrores, em total Liberdade e Democracia. Foram necessárias imensas batalhas, encruzilhadas, muitos espinhos, dor e lágrimas.
Militantes de diversos quadrantes partidários e inúmeras pessoas anónimas lutaram contra a tirania do maléfico fascismo. A simples gratidão de que esses homens e mulheres são credores deveria fazer com que todos nós encarássemos o sentido do voto em liberdade, não somente como um dever cívico, mas, igualmente como uma retribuição a todos eles. Pode ainda ser visto como um ato de quem toma o futuro nas suas mãos e não deixa que o mesmo seja definido por terceiros. Não basta abster-se, mas fazer algo pela Democracia.
A ditadura salazarista obrigou os portugueses a não usufruírem da liberdade de expressão, mas sim, uma repressão do regime, PIDE, miséria, analfabetismo, e a guerra colonial durante 13 anos, com cerca de 11 mil soldados mortos, imensos feridos e com trauma de guerra. Na madrugada do dia 25 de Abril, o capitão Salgueiro Maia comandou uma coluna de chaimites de Santarém para Lisboa, para se unir a outras unidades na libertação do poder. O desenrolar da Revolução traduziu-se em várias horas de incerteza.
Tudo foi evoluindo com inquietação e o golpe avançou conduzido por Salgueiro Maia, patentes leais das Forças Armadas e mais de 5 mil militares de vários quartéis.
Houve, contudo, resistência da PIDE, Marinha, Polícia Militar e GNR do Quartel do Carmo. Havia bulício, a comunicação social, através da televisão ainda a preto e branco e a rádio pediam serenidade às pessoas, e que se mantivessem atentas ao evoluir da situação, ao som de marchas militares, a “Grândola Vila Morena”, os vivas a Portugal. Tudo era expetativa, o sonho de um país livre, moderno e sem guerra. O triunfo do povo em Liberdade.
Ao meio da tarde a coluna militar de Salgueiro Maia, depois de ultrapassar imensos obstáculos avançou para a rendição de Marcelo Caetano que chefiava o Governo, acompanhado por grande multidão de pessoas misturadas com imensos soldados com cravos vermelhos na mão e nas armas (G-3), que entoavam palavras de ordem. Pelas 19h30, Marcelo Caetano aceitou a rendição com a mediação do General Spínola, que fez parte do Movimento das Forças Armadas e foi o primeiro Presidente da República após o 25 de Abril.
O pós-Revolução dos Cravos caraterizou-se por períodos de grande perturbação política, na iminência de guerra civil. Só a partir do 25 de novembro de 1975, militares moderados, destacando-se o General Ramalho Eanes, reagiram levando ao fim o Processo Revolucionário em curso (PREC), para novo rumo de Portugal. O Presidente da República General Costa Gomes decretou o estado de sítio na capital durante oito dias com imensos militares a manterem a ordem e segurança nas ruas.
O 25 de Abril de 1974, evidenciou-nos liberdade, democracia, direitos, deveres, responsabilidade, segurança, trabalho, salários justos, justiça digna, igualdades de oportunidades em todos os aspetos, como no ensino, na saúde, na cultura, na partilha, nos impostos. Combate à fraude, à pobreza, a todos os caminhos negativos que mancham a nossa sociedade, sintonia a melhores condições de vida para todo o povo.
No dia 25 de Abril comemora-se os 50 anos deste grandioso “Dia da Revolução e da Liberdade”. Será uma efeméride notável e de grande valor, ou uma utopia? Há diversos aspetos menos positivos, que temos vivido como: a descrença nos políticos, o abuso do poder, as clientelas partidárias, políticas erradas, má governação e pouca ambição nos grandes projetos que o país necessita de implementar. A corrupção é um cancro na sociedade, impera o impacto do mutismo, nunca culpam os abusadores deixando prescrever os “megas” processos. Abril está debelado nos nossos dias com incontáveis injustiças e de leis menos justas no Parlamento.
Tivemos eleições no qual resultaram num governo minoritário da AD, já empossado. Todos ansiamos o melhor para Portugal, mas falta a humildade e o diálogo construtivo dos políticos para se caminhar em frente.
O dia 25 de Abril deve ser uma data de esperança e de júbilo para todos os portugueses. A Liberdade não tem preço e constrói-se todos os dias. Eu também fui militar de Abril, nos anos de 74, 75 e 76. Assisti aos imensos momentos de perturbação, após Revolução em Lisboa.
Firmino Santos
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