Edição 520
Castro de Alvarelhos e Igreja Matriz de Santiago de Bougado são “ex-libris” do concelho
A 18 de abril assinala-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, com o objetivo de “promover os monumentos e sítios históricos e valorizar o património português, ao mesmo tempo, que se tenta alertar para a necessidade da sua conservação e proteção”.
“Conhecer, explorar e partilhar” foi o tema das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 2015. A data foi instituída a 18 de abril de 1982 pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), uma associação de profissionais da conservação do património, e aprovada pela UNESCO em 1983.
O concelho da Trofa é rico em património, que retrata a história dos nossos antepassados e a passagem de vários povos pelo território. O Castro de Alvarelhos, situado em Santa Eufémia, é exemplo disso, uma vez que teve como ocupação várias épocas, desde os finais da Idade do Bronze à Idade Média, colocando-o entre os maiores do Noroeste Peninsular. Por essa razão, o Castro guarda vestígios materiais e arquitetónicos riquíssimos, sendo, por isso, desde 1910, considerado Monumento Nacional, estando protegido por uma zona especial de proteção com cerca de 130 hectares que ultrapassa os limites do concelho da Trofa e se estende para a freguesia de Guilhabreu, concelho de Vila do Conde, abrangendo ainda uma pequena parcela do Castêlo da Maia, concelho da Maia.
A ocupação deste local durante a Idade do Bronze está documentada por cerâmicas polidas e carenadas, machados em pedra polida e lâminas em sílex, sendo ainda desconhecidos vestígios de construções desse período. A zona de visita mais expressiva corresponde a uma plataforma intermédia, onde se identificaram, além de estruturas circulares castrejas, diversos indícios arquitetónicos de romanização, nomeadamente casas de tipo domus, sobrepostas às construções da Idade do Ferro. Do período da ocupação medieval são ainda visitáveis, neste espaço, as ruínas da segunda igreja de Alvarelhos e sepulturas do mesmo período.
O livre acesso à estação arqueológica e a existência do percurso interpretativo permite a realização de visitas sem guia e a qualquer dia.
Outro local de visita obrigatória é a Igreja Matriz de Santiago de Bougado, situado no Souto de Lagoa, em Santiago de Bougado, projetada por Nicolau Nasoni. Classificada como Imóvel de Interesse Público, a Igreja foi mandada construir em 1754 a expensas de D. Diogo Mourato, Bispo de Miranda que aqui havia sido abade. No interior destaca-se a boa qualidade dos altares de talha dourada em estilo rococó e o órgão ibérico do século XIX, construído pelo mestre organeiro Manuel de Sá Couto. Já no centro do largo do Souto da Lagoa está implantado um cruzeiro datado de 1857 e, do lado norte, encontra-se a mesa de audiência da antiga Confraria do Subsino.
O Souto de Bairros, na mesma freguesia, foi o local onde, em março de 1809, as tropas napoleónicas, comandadas pelo Marechal Soult Duque de Dalmacia, acamparam durante as segundas invasões francesas. Anteriormente, em 1648, foi construída, na zona envolvente, a Capela de Nossa Senhora do Desterro, por iniciativa de quatro famílias de Santiago de Bougado que suportaram os custos das obras. As obras de ampliação e reparação que foi sofrendo ao longo dos séculos, retirou-lhe parte significativa da sua traça primitiva.
No extremo da freguesia de Santiago, a uma altitude de 189 metros, temos o Monte de S. Gens de Cidai. Um local aprazível e de onde se avista uma parte considerável do Baixo Ave, desde fragmentos dos concelhos da Trofa, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso, assim como o mar e as áreas interiores dos municípios de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. No local encontra-se um escadório com via-sacra e a Capela de São Gens, outrora ermida abandonada, que foi reedificada no século XX, e rochas ftaníticas, motivo de interesse, estudo e visita para os interessados da geologia.
Em Alvarelhos temos ainda o Monte de Santa Eufémia, que é conhecido pela muito antiga romaria em honra de Santo Eufémia. Deste ponto vislumbra-se os concelhos de Matosinhos, Maia, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Neste local há ainda uma capela que é ainda hoje local de devoção entre as comunidades piscatórias do norte de Portugal, em especial as de Espinho, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Este orago, visível desde o alto mar, é um ponto de referência tradicional para a navegação de costa. Nele funcionou um facho, que, antes da implantação dos atuais sistemas marítimos de sinalização luminosa e sonora (os faróis), era mantido aceso durante a noite e em dias de nevoeiro para orientação náutica. Podemos também encontrar no recinto a Casa do Facho, propriedade da Comissão de Culto a Santa Eufémia, testemunho da importância do local.
Já em S. Martinho de Bougado pode ainda ser visitada a Capela de Nossa Senhora das Dores, construída a expensas do Conde de São Bento, em substituição de um pequeno templo anterior, datado de 1766, em Honra da Virgem das Dores. Trata-se de um edifício de planta em cruz latina, com fachada principal voltada para sudeste.
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