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Edição 474

Casa do Campo: um “parto” difícil

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A Casa do Campo, em Alvarelhos, começou a ser construída em 2009, mas ainda está longe de entrar em funcionamento. Incumprimento da autarquia levou a que obra fosse suspensa pouco tempo depois do lançamento da primeira pedra e até agora ainda não há garantias de quando o projeto será retomado.

O lançamento da primeira pedra foi feito com toda a pompa e circunstância, em agosto de 2009, já na contagem decrescente para as eleições autárquicas. Dava-se um dos primeiros passos para a construção da Casa do Campo, um centro social com área de construção de 3500 metros quadrados, composto por um lar que acolheria 33 seniores e uma creche para 66 crianças, dos zero aos dois anos. Prazo da obra: 15 meses. Deveria, por isso, estar concluído em outubro de 2010.

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O investimento do centro social foi avaliado em 2,4 milhões de euros, sendo que 600 mil euros cabiam à autarquia, 800 mil à Segurança Social, através do Programa PARES, e o restante seria garantido através de apoios locais (para o efeito foi criada a Comissão de Angariação de Fundos da Casa do Campo).

Na altura, autarcas e os promotores do equipamento – a Mundos de Vida e o Centro Comunitário de Alvarelhos – orgulhavam-se pela concretização de um anseio de “muitos anos”. Bernardino Vasconcelos, à data presidente da Câmara Municipal da Trofa, referia ao NT que a obra “resultava de uma ambição bem pensada e bem programada”, quer pelo presidente da Junta como pelo presidente do município e que “a construção deste conjunto de respostas” possibilitava a convicção de que “é cada vez mais consistente dizer que que valeu a pena a Trofa ser concelho”.

A euforia, porém, esmoreceu, cerca de meio ano depois, com a paragem das obras por falta de verbas. A autarquia não estava a cumprir com o pagamento do donativo mensal que estava previsto durante a fase de construção, devido à situação de endividamento excessivo do município. Nesse período, já Joana Lima tinha conquistado a Câmara Municipal e com o novo mandato veio a garantia que a empreitada ia continuar, graças a um acordo selado entre o município e a Mundos de Vida. A Fundação iria, então, recorrer à banca e garantir um empréstimo bancário. Em julho de 2010, o presidente da Mundos de Vida, Manuel Araújo, afirmou que tinha sido garantido um financiamento, junto do Millenium BCP, de “um milhão e 375 mil euros” e que a obra poderia estar concluída em setembro de 2010.

Mundos de Vida ainda “não recebeu dinheiro nenhum”
Porém, quase cinco anos depois da primeira pedra, a obra continua por acabar, estando construído “o primeiro andar”, revelou Manuel Araújo ao NT e à TrofaTv, à margem do lançamento da campanha da Mundos de Vida “Procuram-se Abraços”, na tarde de 15 de maio. Nessa sessão, Sérgio Humberto, presidente da Câmara, referiu que “há muitos nós por desatar” e que o município “estava disponível para retomar o processo”. Ao NT e à TrofaTv, o autarca afirmou que “através do protocolo assinado há cerca de sete anos, a Câmara ficou de pagar a prestação de 600 mil euros” e que “já fez o pagamento de 180 mil euros”. No entanto, Manuel Araújo explicou que o valor de 180 mil euros refere-se “ao que já foi feito na obra” e que a Fundação “ainda não recebeu dinheiro nenhum” do município, nem sequer “a verba de 60 mil euros” que ficou acordado ser entregue com “o lançamento da primeira pedra”, em agosto de 2009.

O presidente da Mundos de Vida afirmou ainda que, apesar de ter garantido o financiamento bancário, “houve o receio” que o cumprimento da Câmara “demorasse muitos anos, o que veio a acontecer”. “Podíamos entrar em dificuldades em toda a instituição e era preciso acautelar isso. Suspendemos as obras, porque não podíamos correr esse risco”, sublinhou. O mais recente passo para resolver o imbróglio foi durante o mandato da Joana Lima, quando foi feita “a inscrição” da “responsabilidade” financeira da autarquia no Programa de Apoio à Economia Local.

O executivo camarário revela que “transmitiu” a “disponibilidade” de chegar “a um acordo” para que, quando for retomada, a obra não volte a parar.

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