Crónicas e opinião
Caça ao mamute
Seguia de carro pela Rua Conde de S. Bento, quando avisto um espaço curto para estacionamento só ao alcance dos melhores, daqueles que se “picam” quando são ultrapassados. De imediato, dou pisca e estaciono um pouco mais à frente, num local com mais espaço… Sempre encarei a ultrapassagem como algo normal para quem conduz. Desligo o rádio, meto marcha-atrás, seguida de uma primeira, e o carro fica devidamente aparcado.
– Porque desligaste o rádio?! – Pergunta a Cristina, que me acompanhava nesta manhã.
Em tom sério, respondo:
– Os meus antepassados caçavam mamutes!
Vivemos no tempo das drogas e antidepressivos, da psicologia e dos livros de auto ajuda, das vidas de sonho e consequentes frustações… Continuamos a questionar de onde Vimos e para onde Vamos.
Para onde Vamos? Não sei! Mas sei que Vimos do tempo das cavernas, em que a mulher ficava em “casa” e o homem ia caçar mamutes…Isto explica tudo nos dias de hoje e, tendo noção deste passado, pode-nos evitar muita consulta psiquiátrica e antidepressivos!
Se a mulher ancestral ficava na caverna e dispersava a atenção com os filhos, a grunhir com as outras e a catar piolhitos, o homem tinha que encarar todos os perigos do mundo exterior à procura de caça, principalmente o MAMUTE!
Esta actividade extremamente perigosa, principalmente quando o mamute mostrava os dentinhos, obrigava o homem primitivo a uma focalização plena no seu objectivo, desligando o “rádio” para melhor se concentrar no arremesso da lança. É esta informação genética que está gravada no Nosso ADN.
Avançando no tempo, muitas dezenas de milhares de anos, o homem moderno quando vai a um hipermercado comprar uma batata a pedido da sua mulher, compra só uma batata, sem se deixar distrair por uma qualquer promoção. Chegado a casa, por norma ela pergunta:
– Não viste mais nada que pudesse interessar?
Esta pergunta, estranha para o homem, mostra que elas se esqueceram que nós caçávamos mamutes!
A caça obrigava, também, a uma cooperação entre os elementos do grupo caçador, criando laços de amizade e de lealdade, reflectidos nas futeboladas com os amigos em que, unindo esforços, atacamos para o mesmo lado, tentando acertar no “mamute”! Já as mulheres, protegidas pelas paredes das cavernas e sem um inimigo comum para combater, não criaram os mesmos tipos de “laços”, e é norma cruzarem conversas; nas compras,em vez de comprarem a batata, compram um qualquer shampoo de algas; e um pormenor de classe…com mais facilidade dão uma facadinha nas costas da “amiga”!
Mas a mulher moderna teima em apagar esta informação genética naquilo que tem de mais puro e bonito! Se até ao tempo dos nossos pais, quando ele chegava a casa ao final do dia e dizia – Mulher, cheguei de caçar mamutes! – Tinha direito a sentar-se no sofá e ver televisão enquanto o jantar não estava pronto, neste dias que correm a mulher parece preferir um caçador de grilos do que o verdadeiro caçador de mamutes! A razão é simples,ela fica com mais tempo para as conversas cruzadas e para dar uso à faca!!!
Estas diferenças entre homens e mulheres, vindas do passado fazem com que sejamos, não melhores uns do que os outros, mas diferentes…muito diferentes!
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