As tradições do mundo no Coronado

A Quinta de S. Romão foi a capital das tradições, com a realização da World of Traditions in Coronado 2015 – Mostra Internacional de Folclore – pelo Grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado.

Foi sob andas que o Groupe Folklorique Lous Cames de Boy de Ségosa, de Mimizan (França), se apresentou na Quinta de S. Romão. E como se não bastasse a dificuldade de andar em cima dos “paus” de madeira, que podem atingir mais de um metro de altura, os dançadores impuseram um bom ritmo nas danças, chegando a levantar uma criança, sob a madeira, a uma altura de quase três metros. Com esta “impressionante” atuação, o Grupo francês pretende mostrar como os seus antepassados caminhavam no dia a dia. A necessidade de usar as andas estava relacionada com o facto de a vegetação ser essencialmente constituída de ervas e mato e era mais fácil fazer o caminho pela vegetação, evitando molhar os pés ou de ser atacado por algum animal.

A atuação do Groupe Folklorique Lous Cames de Boy de Ségosa fez parte da World of Traditions in Coronado 2015 – Mostra Internacional de Folclore, organizada pelo Grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado, que teve lugar no domingo, 2 de agosto. A mostra contou ainda com as tradições do Folk Dance Ensemble Sivek (Bulgária), Agrupacion Folclorica de Lemavos, Pontevedra (Espanha), Folk Kud Triglav Sredja vas v Bohinj (Eslovénia), Rancho Etnográfico de Santa Maria da Touguinha e do Grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado, que na abertura do festival fez “uma alusão aos descobrimentos portugueses, com a recriação de uma caravela e de um marco”.

Além dos “cantos, cantares e danças tradicionais”, o grupo organizador fez “um retrato do carácter socioeconómico do Coronado no século XIX, recriando a eira, a sala das lavadeiras ricas, taberna, oficina do santeiro e a chegada dos vendedores e carreteiros ao fim do dia vindos do Porto”.

Vale do Coronado prepara “périplo pelo estrangeiro”

O presidente do Grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado, Ricardo Oliveira, apontou “as palmas” dos espectadores como indicativo de que a Mostra Internacional de Folclore foi um sucesso. Ricardo Oliveira afirmou que tudo “correu bem” e tiveram “uma boa adesão”, devido à “aposta na diferença”.

A World of Traditions in Coronado é “uma patente que fica assente a partir de hoje (domingo) e que será sempre para repetir”. “Não é um festival habitual e penso que é o dever do Grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado mostrar o porquê de existir. Quisemos e havemos de querer sempre exportar o Coronado e a Trofa e penso que já o conseguimos”, denotou, salientando que a “boa adesão” é a “prova de que o povo da Trofa gosta de folclore, que não é só português, nem estrangeiro e não é só dança, nem canto”. “É este ambiente que se está a viver aqui hoje, isto é folclore”.

Quanto a projetos, Ricardo Oliveira enumerou que “o mês de agosto está ocupado com saídas”, vão “continuar a apostar na revitalização de tradições”, sendo que “os Cantares ao Menino já estão assentes e têm grupos fechados e já estão a trabalhar na próxima Mostra Internacional”. Além disso, o Vale do Coronado está “a preparar um périplo pelo estrangeiro para o próximo ano”.

O presidente agradeceu à “Junta de Freguesia do Coronado por ter disponibilizado o espaço, aos comerciantes locais pelo apoio que deram a esta mostra, à ASCOR pela cedência das cadeiras e ao Agrupamento de Escolas do Coronado e Castro pelo alojamento aos grupos que se deslocaram a Portugal”.