Ano 2007
APPACDM assinalou 25 anos
Deem-nos aquilo que não querem, que deitam foram, nós fazemos o resto". Este foi o apelo lançado por António Leitão, presidente da da APPACDM da Trofa, na festa dos 25 anos. A Associação recebeu ainda uma prenda especial da autarquia, tendo o presidente da Camara assegurado verba para ajudar a construir o novo pavilhão da empresa de inserção, que se dedica à reciclagem.
Na lista de operadores de resíduos não urbanos licenciados publicada pelo INR consta a APPACDM -Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental da Trofa. Aquilo que à partida podia ser entendido como engano, ou erro, após uma análise atenta desta organização, revela-se como uma iniciativa extremamente meritória que importa apoiar.
Esta associação que emprega, na sua unidade de inserção actualmente 12 trabalhadores com deficiência mental ligeira assegura a gestão de resíduos banais, nomeadamente papel, cartão e plástico, sendo esta actividade uma forma de promoção da inserção na sociedade do cidadão com deficiência mental ligeira e, simultaneamente uma forma de financiamento das diferentes actividades desenvolvidas pela associação. "ganha o ambiente e ganhamos todos" afirmou o presidente da instituição perante uma plateia cheia de empresários, amigos e utentes que, encheram por completo o salão de festas nas comemorações das bodas de prata da instituição.
Maria José Gamboa, deputada e representante da Comissão de Trabalho e da Segurança Social da Assembleia da Republica marcou presença na sessão solene para reconhecer o trabalho desenvolvido ao londgo dos 25 anos da APPACDM, frisando " sou testemunha de que esta casa, como outras casas mães iniciaram o caminho, da verdadeira participação social, da inclusão social e desta nova palavra de oportunidade e de igualdade. Foi um caminho que se fez tirando do nevoeiro, do isolamento e do sofrimento muitas crianças e com elas os seus pais e os seus familiares. Foi esta casa que ao longo de 25 anos criou mais humanidade, mais direitos humanos, deu voz aos direitos das crianças em Portugal, fez com que o reforço desta instituição tivesse ganho energias para resistir". A deputada realçou o trabalho desenvolvido por esta associação na inserção de pessoas diferentes que, "na sua vida sempre tiveram menos que as outras. Olhar para a deficiência é olhar para uma diferença, que em quase todo o mundo significa menos do que. Às vezes esquecemos-nos de que a qualquer momento todos nós somos passíveis de ficar menos do que".
A deputada salientou a importância do trabalho desenvolvido também na empresa de inserção. "O senhor presidente dizia aqui dêm-nos desperdícios, que nós transformámo-los em lucros", o que nós percebemos nesta casa é de que os desperdícios de alguns transformaram a vida de muitos em mais vida, e às vezes não compreendemos muito bem porque é que uns têm tanta energia ao serviço dos outros, e há uns que tão comodamente passam a vida.".
A deputada relembrou ainda que "a distancia entre a Trofa e Lisboa é alguma mas frisou que "através da deputada Joana Lima, as instituições da Trofa podem estar mais perto do Governo. Esta semana vim já à Trofa duas vezes, precisamente por isso e para trazer às associações Trofenses um pouco de apoio".
Em dia de aniversário, Bernardino Vasconcelos, presidente da autarquia, ofereceu um presente especial à APPACDM. O edil garantiu que não será "por falta de dinheiro" que a APPACDM não vai concluir as obras de construção do seu pavilhão industrial, onde pretende instalar a sua empresa de reciclagem e recolha de residuos, que emprega actualmente 12 cidadãos diferentes.
No ano em que se comemora a Igualdade de oportunidades para todos, a autarquia enalteceu o excelente trabalho desenvolvido pela associação, que conta actualmente com 100 utentes de várias idades.
Apesar de não ter conseguido inaugurar as novas instalações da Empresa de Inserção, António Leitão era um homem feliz. Quando há 25 anos começou, com mais alguns corajosos este projecto, nunca pensou que este atingisse este patamar. Com uma residencia com capacidade para 20 camas, para acolher utentes que por qualquer motivo fiquem sem retaguarda familiar, o presidente da APPACDM lamenta que "a Segurança Social não tenha permitido albergar um maior numero de pessoas", e apesar de não ter ainda licença para abrir as portas António Leitão garante que "se algum dos nossos (utentes) ficar sem apoio, mesmo sem essa licença nos abrimos as portas, não vamos deixa-lo na Rua", assegurou, apesar de estar convicto que "até final do ano devemos abrir as portas".
Além destas dua valência, a APPACDM da Trofa tem ainda a Quinta da Agrela, um espaço rural onde se desenvolve "Agricultura biológica, cujos produtos são depois utilizados para a confecção das refeições aqui na Associação", frisou o presidente.
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