Edição 784
APCV cria floresta urbana na Quinta de S. Romão (c/ vídeo)
Criada há pouco menos de um ano, a microfloresta da Associação para a Proteção do Vale do Coronado (APVC) já dá nas vistas.
Uns com o ancinho, outros com o regador e outros ainda com as árvores que prometem dar à Quinta de S. Romão um impulso à biodiversidade daquele espaço. Criada há pouco menos de um ano, a microfloresta da Associação para a Proteção do Vale do Coronado (APVC) já dá nas vistas.
Floresta Miyawaki é a designação deste conceito de floresta urbana e assume o nome do botânico japonês que o criou. Em terras nipónicas, a ideia floresceu e agora está a dar cartas na Europa. No caso da microfloresta da APVC, está implantada num lote de “350 metros quadrados” da Quinta de S. Romão, que foi “gentilmente cedido pela Junta de Freguesia do Coronado”, referiu ao NT e à TrofaTv, André Ribeiro, presidente da associação, na manhã de 11 de fevereiro, durante uma ação de manutenção à qual acorreram cerca de duas dezenas de voluntários.
“A ideia é plantar entre quatro a cinco árvores por metro quadrado. Com a ação de hoje (11 de fevereiro) juntamos às 350 já plantadas mais cerca de 150. Tal como o conceito da horta urbana, este também tem a vertente comunitária, mostrando que todos nós podemos plantar uma floresta”, explicou.
Segundo André Ribeiro, “as árvores, estando em grande densidade, vão criar um ecossistema muito próprio e ter um crescimento muito mais acelerado”. Além das “espécies autóctones”, que são “as mais representadas”, a APVC já plantou “japoneiras, azevinhos e outras espécies florais”. O objetivo é, dentro de “dois anos”, replicar este conceito noutros palmos de terra da Quinta de S. Romão. “Talvez daqui a dez anos seja já possível ver o resultado deste trabalho com microflorestas que permitam a criação de percursos e de centros interpretativos da fauna e flora existentes”, vaticinou.
Todos os domingos de manhã, os voluntários da APVC vão cuidar da microfloresta, com “ações de limpeza, de rega e adubação das árvores”, mas a ideia é que “toda a comunidade se envolva neste projeto”.
“Limpar as ervas daninhas, criar pequenas clareiras na envolvente das árvores e criar adubação com coberto vegetal existente, como é o caso das folhas caídas dos carvalhos. Gostaríamos que toda a população do Coronado pudesse participar neste projeto, dando cinco minutos do seu tempo ou três horas, como for mais conveniente. O facto de a floresta estar na Quinta de S. Romão é importante, porque ao trazermos a população, estaremos a dinamizar o espaço”, acrescentou André Ribeiro.
José Ferreira, presidente da Junta de Freguesia do Coronado, aplaude a ideia da associação ambientalista, até porque contribui para a “manutenção” de um espaço que é de acesso público.
“É um projeto que está a ser construido agora, mas, no fundo, é um legado que estamos a deixar para as gerações futuras de uma microfloresta, que irá engrandecer e embelezar muito este espaço e irá ser também motivo de atração”, frisou, sem deixar de lamentar a “incapacidade” de dar à Quinta de S. Romão a “requalificação que merece”, com um “projeto” que exige “condições financeiras e técnicas” que a Junta de Freguesia “não tem”.
A manhã de trabalho e convívio foi animada pelos Gaiteiros do Coronado e terminou com um piquenique partilhado entre todos os voluntários.
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