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Edição 688

António Marranita oferece miniatura de submarino alemão da 1.ª Guerra a novo museu

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O trofense António Marranita é o autor da miniatura do submarino alemão SM U-35, que vai fazer parte do futuro museu de Vila do Bispo, Algarve. A embarcação cumpriu missão ao serviço da Marinha Imperial Alemã durante a 1.ª Guerra Mundial e, em águas continentais portuguesas, afundou vários navios dos Aliados.

O desafio foi lançado há algum tempo, com o objetivo de fazer parte de um projeto do Centro de Investigação Naval (CINAV), que assinalou a missão do submarino alemão SM U-35 em águas continentais portuguesas durante a 1.ª Guerra Mundial.
Jorge Russo, historiador e um dos coordenadores da equipa de investigadores que desvendaram pormenores acerca deste episódio da história, pediu a ajuda do trofense António Marranita para a elaboração dos desenhos 3D do submarino, que mais tarde viriam a integrar o livro sobre a missão do U-35 em Portugal.
“Foram vários meses de troca de informação, pesquisa minuciosa de detalhes, discussão sobre dimensões, proporções, até mesmo a cor e o tipo de madeira usado no convés. Foi com enormíssima surpresa e satisfação que soube que afinal o objeto final era um livro e os meus desenhos tinham sido incluídos no mesmo”, descreveu o trofense aquando do lançamento do livro, em 2017, no âmbito da invocação dos cem anos deste acontecimento.
Mas a participação de António Marranita não acabou por aqui. Através dos desenhos em 3D feitos em computador, usando planos de construção e medidas do submarino em causa, o modelista partiu para a produção da miniatura à escala 1:200. “Como a impressora tem limite de tamanho, (a miniatura) foi imprimida em secções e posteriormente montada. A minha impressora 3D tem pouca definição, logo não ficou como produto final. Teve de ser coberta com betume e plástico e lixado até obter a forma pretendida. Seguiu-se a colocação de alguns detalhes, a pintura e a construção da base (do mar)”, explicou em declarações ao NT.

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António Marranita decidiu oferecer a um amigo “que também participou no livro”, mas este sugeriu que a mesma integrasse o espólio do futuro museu de Vila do Bispo, autarquia que colaborou no projeto de investigação da missão do U-35. O trofense não escondeu a satisfação: “É aquilo que um modelista à escala mais deseja, que o modelo fique bem, que fique ‘historicamente correto’ e que seja reconhecido e mostrado como uma miniatura de algo que existiu e, neste caso, faz parte da história recente de Portugal”.
Além disso, acrescenta, o projeto permitiu que António Marranita usasse as “várias valências” que tem: “Engenharia, informática, história, desenho, modelismo”. “Além de me ter dado prazer na sua construção, terá uma função didática e ficará como um documento histórico disponível para visualização por centenas ou milhares de pessoas ao longo dos anos”, observou.

Submarino U-35 em Portugal
A ação do submarino SM U-35, da Marinha Imperial Alemã, comprova que a participação portuguesa na 1.ª Grande Guerra não passou apenas por África e França.
Em abril, ao largo de Sagres e Lagos, esta embarcação, capitaneada por Lothar von Arnauld de la Perière – conhecido por “ás dos ases”, chegou a afundar quatro navios ao serviço das forças aliadas, especificamente da Noruega, Dinamarca e Itália.
Segundo os arquivos históricos, o comandante do U-35 é apontado como candidato a responsável pelo maior volume de afundamentos realizados até hoje por submarinos, em toneladas. Ao submarino alemão são atribuídos os afundamentos de 20 vapores e três veleiros.
Além da mestria a capitanear, Lothar von Arnauld de la Perière é descrito como um “gentleman”, que dava tempo às tripulações dos navios inimigos de se colocarem a salvo, antes de os afundar.

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