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Ano 2008

António Conceição em entrevista

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O Notícias da Trofa acompanhou o treino que o Clube Desportivo Trofense fez, no passado sábado, em Braga e esteve à conversa com o treinador António Conceição, que fez um balanço do campeonato depois de 17 jornadas à frente do emblema da Trofa.

O Noticias da Trofa (NT): Que balanço faz do desafio de treinar o CD Trofense?

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António Conceição (AC): Do ponto de vista desportivo muito positivo. Em relação ao que é o clube em si e a sua estrutura directiva tem sido uma autêntica surpresa pela positiva. Não é fácil no panorama nacional encontrar um clube com tanta estabilidade e organização como o caso do CD Trofense. Para além disso há uma empatia entre o grupo de trabalho e a direcção do clube e quando assim é as coisas são mais fáceis e os resultados têm que aparecer.

NT: No final da primeira volta o Trofense ocupa o primeiro lugar. Qual é o balanço que faz ao nível de resultados e crescimento da equipa?

AC: À partida para esta época o Trofense restruturou, quase de base, todo o seu plantel com jogadores com nome no futebol português e criou-se uma expectativa muito grande em volta daquilo que seria o comportamento desportivo da equipa.

Penso que, até ao momento não desiludimos, penso que os adeptos e os sócios estão satisfeitos com os resultados da equipa e temos a noção da responsabilidade que aumentou desde que a equipa conseguiu estabilizar nos primeiros lugares.

Sabemos que as verdadeiras dificuldades do campeonato vão aparecer agora, o discurso que temos passado aos atletas é no sentido de que eles estejam alertados de futuros encontros que vamos realizar, preparando-se não só do ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista mental para superar essas mesmas dificuldades.toni.jpg

NT: Com as contratações de Inverno, Ricardo Nascimento e Theo, quais são as principais alterações que pretende implementar na equipa do Trofense?

AC: Nós sentimos desde cedo que tínhamos alguma dificuldade nos últimos na zona ofensiva da equipa e a entrada do Ricardo tem a ver com aquilo que nós podemos melhorar no último terço de campo, porque é de facto um jogador de qualidade. É certo que esteve duas épocas fora do país, mas manteve intacta a sua qualidade desportiva e pelo que tenho conversado com ele, penso que ele será uma mais valia, em termos de melhorar a capacidade ofensiva da equipa

O Theo é um jogador que nós não temos um total conhecimento, porque o esteve aqui a treinar uma semana e meia no Trofense antes do Natal, regressou ao seu país e foi uma opção que nós tomamos a partir do momento em que o Cássio não foi uma contratação efectiva da nossa parte, por razões que ultrapassaram o próprio clube. Entendemos que esse jogador reunia condições e características próprias para desempenhar as suas funções na segunda liga.

Mesmo com estas aquisições, ressalvo que estou muito satisfeito com os restantes jogadores que têm feito um belíssimo campeonato até ao momento.

NT: A saída do Fábio Paim de alguma forma pode prejudicar a equipa ou considera que será uma perda facilmente ultrapassável?

AC: A única coisa que eu quero dizer em relação ao Fábio é que é um jogador jovem, com potencial e que precisa de explorar as suas próprias capacidades e a partir do momento em que ele se aperceber que tem capacidade para ter uma carreira ao mais alto nível, o Fábio vai explodir no futebol português, desejando-lhe ao mesmo tempo a maior sorte do mundo.

NT: No final de todos os jogos, nas conferências de imprensa lhe fazem a mesma pergunta sobre a possível subida do clube. Considera que se o Trofense não subir nesta época poderá ficar e continuar a trabalhar para tentar fazer chegar o clube até topo do futebol?

AC: O convite que o Trofense me endereçou sensibilizou-me pela forma como foi feito pela direcção. Eu venho com essa missão de ajudar o clube a crescer, estou muito satisfeito com as pessoas que me rodeiam no dia-a-dia, quer pelos jogadores, quer pela direcção.

Apesar do presidente dizer que o projecto é de dois a três anos, obviamente que o clube tem a ambição de encurtar o tempo de projecto, porque no futebol sabemos que os resultados são para ontem e quanto mais depressa eles acontecerem melhor, mas também sabemos que se as coisas correrem de forma precipitada a queda pode ser maior. Aquilo que eu sinto da parte da direcção é que não tem pressa, porque quer que o clube cresça de forma sustentada e segura.

Se me perguntarem onde queria ver o Trofense daqui a 5 meses eu dizia que o desejaria ver na primeira liga. Não é isso que temos em mente, mas se as coisas forem antecipadas tanto melhor para o clube.

NT: Relativamente ao plantel, qual é o relacionamento entre os jogadores?

AC: Não é fácil construir um grupo de trabalho com várias personalidades, várias formas de estar. Este ano entraram muitos jogadores no balneário do Trofense e o que eu tentei passar logo de início é que não se consegue ter resultados positivos se não houver camaradagem e um bom ambiente no dia-a-dia de trabalho. Os jogadores perceberam essa mensagem e eu, dentro daquilo que é a minha liderança tento que assim seja também.

Há uma grande empatia entre nós, eles percebem quem é o líder dentro do balneário e eu também percebo que há 20 e tal mentalidades completamente diferentes e com quen tenho de saber lidar, tudo para que a equipa funcione como um colectivo em termos do pensar, que rumo do sucesso para o clube.

NT: Tem sentido o apoio da massa associativa do Trofense?

AC: Da grande maioria sim. É evidente que num universo de milhares de pessoas há sempre meia dúzia que não gostam ou do método do trabalho ou das opções do treinador, mas isso é normal em todo o lado. Mas de uma forma geral sinto muita empatia por parte dos associados do Trofense.

As pessoas percebem que, assim como eles, eu, enquanto funcionário do Trofense, quero o melhor para o clube, quero bons resultados e quero que a equipa jogue bem. É esse sentimento eu tenho todos os dias, que traduzo na forma dedicada com que me empenho nos clubes por onde passo, e neste caso no Trofense. Eu sinto que os sócios estão com a equipa e perceberam que o clube tem uma filosofia diferente.

NT: Fazendo uma análise fria a todos os clubes que fazem parte da Liga Vitalis, quais são aqueles que na sua opinião recolhem as maiores possibilidades de vir a subir?

AC: À partida neste campeonato e pela construção dos vários plantéis dos clubes que participam na segunda liga apercebi-me que a luta ia ser maior ainda, porque toda a gente entendeu que seria um ano bom para disputar uma subida. Evidentemente, com o desenrolar do campeonato, alguns clubes ficaram aquém dessa realidade e porventura hoje estão ligeiramente atrasados. Contudo continuo a afirmar que ainda há um leque 8 ou 9 equipas que podem disputar a subida de divisão, porque seis pontos nesta liga não é nada. Temos exemplos recentes disso, recordo-me que no ano passado o Guimarães virou a volta com 19 pontos e acabou por subir de divisão com 55 pontos. Esta segunda volta vai ser mais competitiva, porque há equipas que estão a meio da tabela e que vão recuperar pontos, porque começam a haver os confrontos directos e equipas que tiveram um determinado rendimento na primeira fase e porventura vão baixar a sua produção. Isto pode realmente acontecer e daí o meu discurso moderado, porque daqui até conseguirmos assumir uma pretensa subida ainda falta muito campeonato.

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