Edição 605
Aníbal Costa venceu Prémio Nuno Teotónio Pereira
O engenheiro Aníbal Costa, do Gabinete de Estudos de Engenharia Civil da Trofa, foi distinguido com o Prémio Nuno Teotónio Pereira, pelo projeto de requalificação da Igreja de S. Francisco, em Évora, na categoria “reabilitação de edifício”. Liliana Oliveira/ Cátia Veloso
Atribuído desde 1989, o Prémio IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana), que “premeia as ações de reabilitação urbana exemplares e distingue os resultados reveladores do domínio técnico que conduz ao exercício de boas práticas”, denomina-se agora “Prémio Nuno Teotónio Pereira, para homenagear a vida e obra do reconhecido arquiteto”.
A obra da Igreja de S. Francisco demorou cerca de um ano a ficar concluída e custou cerca de quatro milhões de euros, sendo considerada “uma das maiores obras de restauro integrado do país”.
A intervenção incluiu, além das “obras de recuperação e requalificação”, o “reforço estrutural, sísmico e arquitetónico”, mas também “conservação e restauro dos altares, pinturas ou vitrais”, explicou o engenheiro Aníbal Costa. Além disso, o espaço conta agora com um núcleo museológico e galerias sobre a Capela dos Ossos, que se localiza no interior da Igreja.
Para Aníbal Costa, este reconhecimento público não é surpreendente. “Era esperado, porque é uma das mais importantes obras em reabilitação que se fez no ano passado, não só pela intervenção em si, que é multidisciplinar e feita num prazo muito apertado, como pela dificuldade e complexidade da própria obra”, disse ao jornal O Notícias da Trofa.
“Este é um prémio de referência e como é o primeiro com o nome do Arquiteto Teotónio Pereira teve outro impacto”, acrescentou, salientando que têm “ganho esse prémio com frequência”. “Sabe sempre bem ganhar estes prémios, porque é o reconhecimento a nível nacional numa área específica e que nos temos imposto a nível nacional”, afirmou o trofense.
O espaço que já foi “um convento e um palácio real” ressentia as marcas do tempo, como as que foram deixadas pelo terramoto de 1755, que provocaram “fissuras com alguma expressão na nave”. “Dentro da Igreja está a Capela dos Ossos e era necessário definir um trajeto que permitisse não só visitar a Capela, mas também a Igreja” e as Galerias, onde está a vasta coleção de presépios de todo o mundo da família Canha da Silva, introduzindo-se ainda um “museu por cima da Capela dos Ossos”, que conta a história do convento e apresenta uma coleção de arte sacra. Foi ainda recuperada a Sala Régia, “confiscada em meados do século XIX”. “Penso que é um sítio que vale a pena visitar para se ver a diferença que sofreu”, sugeriu Aníbal Costa.
A Igreja de S. Francisco abriu as portas ao público em dezembro de 2015 e, segundo adiantou o engenheiro responsável, “toda a gente dá os parabéns, porque consideram que é uma obra excelente”.
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