Edição 571
Governo “está a analisar” alternativa à EN14
Continua sem sair do papel a estrada alternativa à Estrada Nacional 14. O projeto “low cost” que Pedro Passos Coelho apresentou na Trofa devia ter começado no verão de 2015. Nesse ano, abriram concursos, mas certo é que o atual Governo ainda “está a analisar o dossiê”.
“O Governo está a analisar esse dossiê no quadro das condicionantes económico-financeiras que são conhecidas e tendo em conta que o atual ciclo de fundos estruturais europeus não contempla o investimento em infraestruturas rodoviárias”. Este foi o esclarecimento dado pelo Ministério do Planeamento e das Infraestruturas ao JN sobre o projeto de construção da alternativa à Estrada Nacional 14. O NT tentou obter uma reação da tutela sobre o assunto, confrontando com as diligências já feitas, nomeadamente os concursos lançados para a elaboração do projeto de execução e contratação de serviços de apoio à execução da variante, levadas a cabo pelo anterior Governo liderado por Pedro Passos Coelhos. No entanto, até ao fecho de edição, não obteve resposta.
Recorde-se que, em janeiro de 2015, Pedro Passos Coelho visitou a Trofa para anunciar a chamada “Circular da Trofa”, um projeto “low-cost” de “36 milhões de euros”, que substituiria a variante, projetada há quase 20 anos e orçada “em 190 milhões”.
O novo traçado seria construído “em via simples com rotundas em vez de nós desnivelados” e beneficiando o “interface rodoferroviário”, com “articulação com a rede de autoestradas”, explicou, na altura, o presidente das Infraestruturas de Portugal (antiga Estradas de Portugal), António Ramalho.
A ligação entre Vila Nova de Famalicão e a Trofa far-se-ia através de uma via intermunicipal, que começava numa nova rotunda na atual Estrada Nacional 14, em Ferreiros, junto à chamada “curva da morte”, em Ribeirão. A nova estrada passaria junto à Continental, em Lousado, e, através de uma ponte, atravessava o rio perto da antiga fábrica da Mabor.
Já no território da Trofa, a nova estrada passaria nas traseiras do Hospital Privado, utilizando parte da linha de comboio desativada, até à rotunda da EB 2/3 Professor Napoleão Sousa Marques. Aí o trânsito poderia fluir para a Estrada Nacional 104 (Trofa-Santo Tirso) ou prosseguir pela Rua Cesário Verde (atualmente denominada Avenida 19 de Novembro), junto à nova estação de comboios.
No final dessa via, e já em terreno de Valdeirigo, seria construído o novo traçado que ligará a Trofa à Maia, seguindo o projeto que estava definido no antigo projeto delineado para a variante. A nova via faria ligação à zona da Transmaia, em S. Mamede do Coronado, através de uma rotunda e prosseguiria até a um novo nó construído perto do Jumbo da Maia. Pelos timings avançados pelo anterior Governo, a obra deveria ter começado no terceiro trimestre de 2015, que não veio a acontecer.
O que dizia António Costa
antes de ser eleito?
A 26 de junho de 2015, já em ritmo de campanha eleitoral, o então candidato socialista ao Governo, António Costa, visitava a empresa Continental, de Lousado, Vila Nova de Famalicão, cuja atividade contribui, e muito, para o elevado tráfego de camiões na Estrada Nacional 14. Após a visita, António Costa, quando questionado pelo NT e TrofaTv, afirmou que “é preciso saber dar continuidade, de legislatura para legislatura, às obras que estão previstas”, sendo que “tudo aquilo que estiver com financiamento assegurado nos instrumentos de programação será prosseguido”. “Esta via rodoviária, que é tão urgente, se estiver em condições de ser executada, iremos fazê-la com todo o gosto”, garantiu ainda. O que poderá fazer com que o Governo não avance com o projeto “low cost” de Pedro Passos Coelho será a inexistência de fundos comunitários.
Deputados socialistas defendem alterações ao projeto
Em visita ao concelho de Santo Tirso, e depois de uma reunião com o executivo camarário, em março deste ano, deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo do Porto defenderam que a variante à EN14 deve contemplar um troço que ligue diretamente a Maia ao nó da A3, para que o trânsito não flua, na totalidade, na nova centralidade da Trofa, junto à estação de comboios. “Não queremos que o trânsito seja exclusivamente despejado no centro da Trofa, mas que sirva toda a região onde se incluem Trofa, Santo Tirso e Famalicão. A saída na Avenida 19 de Novembro mantém-se, mas tem que haver outra junto à A3. É uma reivindicação que vamos fazer ao Ministério das Infraestruturas”, disse ao NT a deputada trofense Joana Lima.
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