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Edição 703

“Alegria” e “gratidão” marcam bodas sacerdotais do padre Manuel – Vídeo

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Comunidades do Muro e do Coronado homenagearam padre Manuel Domingues dos Santos, que serviu as paróquias em 33 dos 50 anos de sacerdócio.

Há 50 anos acabou por cumprir um dos grandes desejos da mãe que muitas vezes propalava o gosto de ver, entre os filhos, um doutor e um padre. Manuel Domingues dos Santos acabou por seguir a vocação sacerdotal e foi ordenado presbítero a 26 de outubro de 1969, na Sé Catedral do Porto, pelo Bispo D. António Ferreira Gomes.

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Meio século depois de serviço em diversas comunidades paroquiais, das quais se incluem as de S. Mamede do Coronado, S. Cristóvão do Muro e S. Romão do Coronado, Manuel Domingues dos Santos assinalou as bodas de ouro sacerdotais, com uma eucaristia presidida pelo bispo auxiliar do Porto, D. Pio Alves, que encheu a Igreja de S. Mamede.

Na parte final da missa, o padre recordou todo o seu percurso até ser ordenado, revelando alguns episódios da infância e juventude, como aquele que marcou um dos natais da família, quando decidiu vestir dois aventais (a imitar a casula) e um saiote (túnica) e, com auxílio da bíblia, celebrar uma “missa”, ou quando à questão de uma professora sobre o que queria ser quando crescesse, respondeu sem hesitar que queria ser padre.

Manuel Domingues dos Santos não esqueceu todos os que contribuíram para que o seu caminho cruzasse com a vocação que manifestou desde tenra idade, começando pela família e passando pelos professores, párocos, colegas de seminário, bispos e comunidades onde esteve envolvido.

Já depois de ser cumprimentado por centenas de pessoas, após a eucaristia, o sacerdote manifestou ao NT “gratidão” pela “vida” que teve ao longo de 50 anos “nas paróquias” que lhe foram “confiadas”. “Sinto que me dei aos outros e delas recebi resposta. Isso ajudou-me a crescer cada vez mais, a viver mais e melhor o meu amor à Igreja, ao Senhor e aos paroquianos que eu servi”, sublinhou.
Houve várias atividades inseridas nas comemorações, como um encontro com a comunidade, no Muro, no dia 23, e um jantar que se seguiu à eucaristia do dia 26.

“Acho que tudo o que estamos a fazer é merecido pela entrega deste homem, deste amigo, deste sacerdote, deste trofense, ao fim e ao cabo”, começou por dizer Rui Alves, pároco de S. Mamede do Coronado, que sublinhou os “33 anos” dados àquela e à paróquia do Muro, onde foi “um porto de abrigo”. “O padre Manel casou gente que batizou, infelizmente até fez funerais de pessoas que batizou. Ele acabou por entrar na vida das pessoas e durante 33 anos ele marcou a vida destas comunidades, na dor, na alegria, na feliz notícia da gravidez, na desorientação de uma opção de vida que era preciso tomar. E foi o homem que, em certas ocasiões, não era capaz de dizer nada, mas sofria com as pessoas. É esse o dom sacerdotal, que para as comunidades significa muito”, atestou.

A envolvência dos fiéis também não fugiu à retina do padre Rui Alves, que a considera “um sinal de gratidão”. “Não há melhor sinal do que uma comunidade que é grata, porque mostra que tem memória. Eu acho que as nossas comunidades de S. Mamede, do Muro e de S. Romão estão a mostrar que têm memória”, concluiu.

50 anos de serviço à Igreja

Nascido a 11 de abril de 1943, Manuel Domingues dos Santos aprendeu as primeiras letras na escola primária de Lavra, tendo sido também nessa freguesia que recebeu a 1.ª comunhão e a profissão de fé. Tendo frequentado o Seminário do Sagrado Coração de Jesus, em Vila Nova de Gaia, o Seminário de Vilar e o Seminário Maior (na Sé), Manuel Domingues dos Santos terminou o curso em 1968, tendo estagiado em Aldoar, no Porto. Depois de receber o diaconado, foi ordenado presbítero a 26 de outubro de 1969, na Sé Catedral do Porto, permancendo, até ao fim desse ano, em Aldoar.

Passou pela paróquia do Bonfim, também no Porto, como coadjutor, onde esteve até junho de 1970. Foi, depois, nomeado pároco de São Miguel de Canelas e São Martinho de Esfinca, concelho de Arouca, onde permaneceu uma década.

Em junho de 1979, foi nomeado pároco de S. Mamede do Coronado e S. Cristóvão do Muro, tendo tomado posse a 21 de outubro desse ano. Em 2007 assumiu, após dispensa da paroquialidade do padre Lucindo Silva, a paróquia de S. Romão do Coronado. A nomeação aconteceu a 30 de julho e a tomada de posse teve lugar a 9 de setembro. Em 2012, deu lugar nestas paróquias ao padre Rui Alves.

No ano 2000, após a resignação, por motivos de doença e devido à idade avançada, do pároco de Santa Maria de Alvarelhos, também no concelho da Trofa, assumiu a paroquialidade da mesma até fevereiro de 2001.

Centro Social e Paroquial assinala aniversário no mesmo dia

Entre as obras em que esteve envolvido, uma das mais significativas foi a construção do Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado, que também no dia 26 esteve de parabéns. “Foi mesmo uma casualidade a inauguração coincidir com o aniversário de sacerdócio do padre Manuel, porque o secretário de Estado só podia naquele dia. Eu só descobri dois anos depois”, explicou o pároco.

A instituição que cumpriu seis anos de atividade, “tem o coração” do padre Manuel Domingues dos Santos. “Penso que continuamos a ser dignos sucessores da dedicação dele e dos outros que estiveram com ele nessa altura. Hoje, estou eu e outras pessoas, amanhã estarão outras. É esta a grande beleza da Igreja, homens e mulheres que se encontram em prol dos outros e esta instituição representa muito a entrega, a dádiva e a dedicação, ao fim e ao cabo o que deve ser um cristão”, asseverou.

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