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Ano 2009

A Marcha Combate, Confiança e Luta.

Publicado

em

atanagildolobo

   «Sim, é possível.»

     Os bombos de Lavacolhos troavam em perfeita harmonia com as caixas de percussão sob o fundo inebriante da melodia popular da gaita-de-fole. Os sons espalhavam-se por todo o espaço entre o Campo Pequeno e o Marquês de Pombal, em Lisboa, contagiando os manifestantes, apelando ao salto e à acrobacia dos mais jovens. O rufar forte dos tambores intrometia-se nas palavras de ordem, nos silvos dos apitos e no marchar colectivo dos cerca de 100 000 manifestantes que no Sábado passado, 23 de Maio de 2009, participaram na Marcha Combate, Confiança e Luta, promovida pela CDU. Como salientou Jerónimo de Sousa « o que nós andámos para aqui chegar ». Só uma organização forjada na luta de massas, fundada na convicção da transformação da sociedade, imbuída dos ideais de Abril e plenamente convicta de que é possível uma vida melhor, poderia empreender tamanha proeza. Das pequenas lutas no bairro, na empresa, na escola, transforma-se o descontentamento em combate, discutem-se e apreendem-se as propostas para a resolução dos problemas específicos e chega-se às grandes lutas, numa contínua aprendizagem e partilha, em que a Marcha Combate, Confiança e Luta da CDU é um exemplo paradigmático. Àqueles que ainda têm dúvidas sobre a justeza e a necessidade da luta contra a ofensiva governamental de Sócrates, do PS e do grande capital, assentam bem as palavras de Jerónimo de Sousa: « A força e dimensão da luta não derrotou a ofensiva! Mas travou-a, obrigou a recuos no tempo, fragilizou e isolou socialmente o governo, tornou mais premente a necessidade de ruptura com esta política e mais próxima a possibilidade de mudança desta política e deste governo.» Os militantes, os activistas, os que por imperativo ideológico ou por consciência de classe participaram, revêem-se em outras palavras do secretário-geral do PCP: « Sairemos daqui mais fortalecidos, mais determinados, com a consciência que chegando a esta praça ainda falta prosseguir, continuar, para rasgar alamedas e avenidas da liberdade, da justiça social, da democracia, duma vida melhor para os portugueses.»

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      Quando a cabeça da Marcha chegava ao Marquês de Pombal, iniciavam o desfile os nossos conterrâneos trofenses, nos quais eu me incluía, que em dois autocarros se deslocaram a Lisboa. Empunhando um facha que dizia « Trofa – Luta contra Desemprego – é possível uma vida melhor» os trofenses da CDU com Conceição Silva à cabeça, candidata à Câmara Municipal, por meio daquela massa humana gigantesca e multicolor, representaram dignamente os trabalhadores do nosso concelho em mais uma jornada de combate contra esta politica de direita, mas também de confiança de que é possível um Portugal melhor para todos.

      Confesso a minha ansiedade de saber se Vital Moreira daria ou não outra vez um ar de sua graça. Mas do homem nem vestígios. Nem sequer em cartazes foi visto. Escapuliu-se completamente. Queria eu acreditar que o homem havia retomado aquela consciência política que o havia caracterizado nos anos do 25 de Abril…mas não, deu mesmo o salto completo. E da política de tirar aos ricos para dar aos pobres, passou com tudo o que tem, para a política de tirar aos pobres para dar aos ricos que, no fundo, é o que caracteriza esta politica do PS.

 

     Mas, como previra, comunicação social e «opinadores» profissionais, haveriam de silenciar a iniciativa da CDU ou desvalorizá-la. Para esses as palavras de Ilda Figueiredo: «Esses que nos silenciam, caricaturam e nos discriminam esquecem-se de uma coisa muito importante: a nossa confiança e a nossa força. Esquecem-se que nós temos esta força imensa que somos todos nós; essa força imensa que é cada um de nós. Esquecem-se que temos a força das convicções e esta capacidade de organização que está à vista de todos neste mar de gente boa, corajosa e generosa que sois todos vós!»

     No final, após os acordes sempre alegres e vibrantes da «Carvalhesa», foi o regresso à Trofa com o coração cheio de esperança e confiança e com a consciência da contribuição para a maior acção alguma vez realizada por uma força política em Portugal – uma marcha absolutamente memorável. Como concluiu Jerónimo de Sousa: « Esperança e confiança que não ficam à espera porque na força imensa que somos todos juntos, pulsa o coração e o querer para lutar e transformar!  
Sim é possível! »  

 

Atanagildo Lobo.

 

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