Fique ligado

Edição 589

A «geringonça» tem chafurdado demais na sua própria mediocridade

Publicado

em

O atual governo português é bom recordar, foi formado após uma derrota não por «poucochinho», mas após uma derrota estrondosa de António Costa, em que o PS teve das piores votações de sempre. Mesmo assim Costa conseguiu elevar-se a primeiro-mistro através de um casamento ou uma união de facto de conveniência, que dá todos os sinais de rotura, de divórcio com data marcada a curto prazo, antes da apresentação do Orçamento de Estado para 2017 ou imediatamente a seguir.
Aliás, o «figurão» António Costa, já tinha feito um número idêntico, quando esteve à frente dos destinos de Lisboa, na Câmara Municipal. Enquanto precisou do Bloco de Esquerda e de alguns comunistas, para fazer uma maioria e ser Presidente da autarquia, tudo andou bem, até ao momento em que Costa percebeu que já não precisava deles. Aí toca a desfazer o casamento ou a união de facto de conveniência e concorrer sozinho. António Costa é um homem obcecado pelo poder, mas com tendência para as «asneiras».
António Costa e a sua «tralha socrática» têm demonstrado um oportunismo «bacoco», mas tem resultado bem para o seu lado. É sempre o seu lado que interessa. A moral, a ética e Portugal são sempre secundarizados, desde que as «vacas voem» e tenha ele o poder de que tanto gosta e perseguiu durante anos.
A «geringonça» tem chafurdado demais na sua própria mediocridade e tem mexido pouco ou mesmo nada nos interesses instalados, que tanto criticou quando fazia ou quando era oposição, pois para Costa o mais importante é ter o poder, que tanto lhe dá prazer. Quando estava na oposição, Costa via sempre o copo meio vazio, agora no poder vê o copo sempre meio cheio. É uma hipocrisia geral.
Por isso é que António Costa tudo faz, desde a manipulação dos dados sobre a economia portuguesa, até não tocar nos interesses instalados, que tanto criticou quando estava na oposição. Tudo serve, desde que seja para manter o poder e, se possível, fazer aumentar o seu eleitorado, através dos eleitores beneficiados com as suas medidas.
A economia não cresce, o estado está «gordo» demais e o que fez Costa mal chegou ao poder? Este «malabarista da política», uma das primeiras medidas que tomou foi repor os salários na função pública, para quem tinha salários mais elevados, e esta pressa em repor esses salários não foi uma situação excecional junto dos mais desprotegidos, no sentido de repor desigualdades. Pelo contrário! Também fez baixar o IVA da Restauração, mas as refeições para os clientes não baixaram. Foi, claramente, para «segurar» e se possível ampliar o eleitorado. As finanças públicas e o país que se «lixem»!
Para não falar dos interesses instalados, que nem sequer lhes «toca» ao de leve, pois pode perder votos em próximas eleições legislativas, que serão muito em breve. Veja-se os casos das pensões vitalícias dos políticos, juízes do tribunal constitucional, juízes dos restantes tribunais, generais e outros que tais. E as políticas de ambiente e energia? O que faz António Costa? Rigorosamente nada, a não ser obrigar os portugueses a pagarem os «escândalos» financeiros, que continuam a ser uma constante, «assassinando» o pouco que resta da classe média portuguesa!
Somos o país da NATO com mais generais por soldado. Somos um país que não tem, nem se prevê vir a ter ameaças externas, mas temos um Exército, uma Marinha e uma Força Área, que obriga a ter Estados-maiores para cada ramo e uma quantidade enorme de militares com patentes elevadas e vencimentos chorudos. E o que faz António Costa? Rigorosamente nada, a não ser fazer nomeações em catadupa de «jobs for the boys», ao longo do país e aumentando ainda mais as despesas do Estado!
Somos um povo pacífico, mas temos as seguintes forças e serviços de segurança interna: Guarda Nacional Republicana; Polícia de Segurança Pública; Polícia Judiciária; Guarda Florestal, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras; Serviço de Informações de Segurança; Autoridade Marítima Nacional e os órgãos do Sistema da Autoridade Aeronáutica, que muitos deles têm missões idênticas que por vezes até se atrapalham no terreno, o que obriga a ter comandos próprios, com vencimentos elevados. E o que faz António Costa? Rigorosamente nada, a não ser comprar novos carros topo de gama, para si e para os seus «pares», pagos com o dinheiro de todos nós!
Temos uma grande quantidade de empresas públicas, que apresentam prejuízos enormes, com conselhos de administração grandes e grandes também são os seus vencimentos e mordomias. Os partidos políticos em Portugal têm uma quantidade enorme de edifícios/sedes (27,3 milhões de euros em imóveis), que estão isentos de IMI (cerca de 1 milhão de euros). Temos uma subvenção aos partidos políticos tradicionais, exageradamente elevada, cujo dinheiro sai do OE. E o que faz António Costa? Rigorosamente nada, a não ser «esquecer-se» de retirar a isenção do IMI e fazer baixar as subvenções aos partidos políticos e os vencimentos dos políticos!
São estas e outras realidades que fazem do nosso país um paraíso para estas classes e grupos. E o que faz o governo de António Costa? Um diploma com algumas alterações ao nível do IMI, do IRS, do IVA e do Imposto de Selo, para não fazer muitas «ondas» e segurar o governo, manter o voto dos pobres e remediados, fazendo que faz, para ganhar mais algum eleitorado. Na esperança de poder vir a «tirar o tapete» aos seus «parceiros» de governação.
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

Continuar a ler...
__________________

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...