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Ano 2010

Gentes do Mar honraram Senhora da Alegria

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Cumprindo a tradição, centenas de pessoas foram ao Monte de S. Gens honrar Nossa Senhora da Alegria, no dia dedicado às gentes do mar.

Ainda não eram 9 horas, quando os autocarros começaram a chegar ao Monte de S. Gens, na segunda-feira, dia dedicado às gentes do mar. A tradição surgiu em meados do século XX e, desde então, todos os anos, a Capela de S. Gens acolhe as centenas de pessoas que chegam movidas pela fé em Nossa Senhora da Alegria.

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Lurdes Castro é de Vila do Conde e “todos os anos” participa nas celebrações dedicadas às gentes do mar. Questionada sobre o motivo que a leva ao Monte de S. Gens, a resposta não poderia ser mais rápida: “A fé”. “A Senhora da Alegria é que nos dá a alegria para vivermos. Sem ela, não temos força para viver, porque o mar é terrível. É uma vida de dor e sacrifício e não há palavras para explicar, porque é triste”, confessou. O mar que dá o sustento, também o tira e Lurdes Castro já perdeu um irmão. O filho também “anda no mar”. “A Senhora da Alegria, a Senhora dos Navegantes, a Senhora da Assunção e a Senhora das Dores são as nossas santas e aqueles que nos valem no nosso dia-a-dia, para trazer os homens a salvo do mar”, garantiu. Para o ano, Lurdes Castro deverá voltar a S. Gens, pois “se não vier”, não se sente “bem”.

Mariana Silva também é de Vila do Conde, mas ao contrário da conterrânea, esta foi a primeira vez que participou na peregrinação, que inclui paragens em vários locais dedicados ao culto dos santos a que as gentes do mar pedem auxílio. “Acho bonito”, afirmou depois de terminada a primeira Eucaristia do dia. Apesar de não ter familiares que saem para o mar, Mariana Silva conhece “muita gente que vive dele”. “A fé nunca desiste de nós”, sublinhou.

Conhecedores desta fé profunda, a Comissão de S. Gens de Cidai acompanha os peregrinos e tem um espaço junto à Capela, onde estes podem comprar velas e imagens de cera, para pagarem as suas promessas. Jerónimo Torres, membro da Comissão, enfatizou que “este é um dia de fé, em que as gentes do mar vêm ao Monte para pagar as promessas que fazem ao longo do ano pelas embarcações, pelos trabalhos e pela saúde”. “As gentes do mar pedem o apoio de Nossa Senhora da Alegria para aqueles que andam no mar, que é uma arte bastante perigosa”, acrescentou.

Como habitualmente, a Capela recebeu os peregrinos, que participaram nas duas missas, que são sempre às 9 e às 10.15 horas. “É uma rotina baseada na fé”, atestou Jerónimo Torres.

Para o membro da Comissão, a tradição do dia dedicado às gentes do mar “nunca vai desaparecer, porque a fé vai continuar a existir”. Jerónimo Torres, garantiu ainda que, “dentro do possível”, a Comissão de S. Gens de Cidai “vai dar continuidade” às cerimónias, que são uma forma de agradecimento a Nossa Senhora da Alegria.

O dia dedicado às Gentes do Mar está integrado no programa das festas em honra de S. Gens e Nossa Senhora da Alegria.

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