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Ano 2010

Os usos e costumes das terras da Trofa (c/ vídeo)

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Os usos e os costumes das terras da Trofa e de Portugal foram representados na 12ª edição do Festival de Folclore do concelho da Trofa. Grupos de folclore do concelho sublinharam a importância da continuação da iniciativa.

Os trajes típicos de outrora, com as saias rodadas, os coletes, as faixas e os socos foram representados no tabuado instalado no Parque Nossa Senhora das Dores para a realização da 12ª edição do Festival de Folclore do concelho da Trofa, que decorreu este fim-de-semana.

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O encontro esteve dividido nos dois dias, enchendo o parque de amantes da etnografia e do folclore. No primeiro dia, a partir das 21 horas, subiu ao tabuado o Grupo Danças e Cantares de Santiago de Bougado, o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo, Guimarães, o Rancho Folclórico de Alvarelhos, o Rancho Folclórico as Tricanas de Ovar, o Rancho das Mondadeiras da Casa Branca de Portalegre e o Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado.

Em desfile, no domingo, pelas 16 horas, começaram a chegar ao recinto o Rancho das Lavradeiras da Trofa, seguido do Rancho Folclórico de Alenquer, do Rancho Etnográfico de Santiago de Bougado, do Grupo Folclórico Casa da Gaia de Terras da Feira, do Rancho Folclórico de S. Pedro da Raimonda – Paços de Ferreira – e do Rancho Folclórico da Trofa.

Os dois dias foram animados tanto para os que estavam em cima do palco, como para os que assistiam, que não resistiram a dar um pezinho de dança.

A abrir o Festival de Folclore, o Grupo de Danças e Cantares de Santiago de Bougado dançou “com orgulho”, mesmo depois da época, entre Junho, Julho e Agosto, que “foi muito pesada”. “É uma iniciativa de louvar e manter, porque realmente é uma maneira de reunir os nossos grupos do concelho e também de termos a possibilidade de trazer outros de fora”, afirmou Manuela Moreira, presidente do grupo.

E o Festival parece ser também uma forma de “mostrar as antigas tradições da nossa terra”, confidenciou o vice-presidente do Rancho Folclórico de Alvarelhos, Abílio Azevedo, que também subiu ao palco no sábado à noite. Assim, os usos e costumes não poderiam ser mais bem recebidos: “Aquilo que nos motiva a estar presentes no palco é a multidão, é o povo que nos acompanha ao longo das nossas saídas, nas nossas actuações pelos caminhos de Portugal. O povo é que nos dá força para mostrarmos aquilo que temos e que aprendemos durante todo o ano”.

Da mesma opinião partilha o presidente do Rancho Folclórico da Trofa, Alcino Paixão. “A adesão do público é importante para quem dança, as palmas são o salário deles e o alento para poderem continuar”, sublinhou.

Uns atrás dos outros, os 12 ranchos que subiram ao palco durante os dois dias de Festival trouxeram para cima do tabuado muitas histórias ricas, com tradições dentro. O Rancho das Lavradeiras da Trofa dançou no domingo e optou por um espectáculo diferente, retratando a etnografia do antigamente, reproduzindo os quadros de trabalho do passado. Luís Elias, presidente do Rancho, explicou o porquê: “Entendemos que folclore não é só dançar e cantar, isso é o menos representativo do folclore, porque o nosso povo trabalhava, divertia-se no pouco tempo que tinha disponível, mas fundamentalmente trabalhava e portanto há muito mais a fazer do que dançar e cantar”.

No entanto, para que se possa representar realmente os usos e costumes é necessário muito trabalho de pesquisa, que todos os ranchos garantem fazer. Joaquim Paiva, presidente do Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado, explicou que já há 37 anos que a colectividade recolhe informação por toda a freguesia, mas é com os mais idosos que estão as verdadeiras histórias. “Já temos 37 anos de existência, por isso logo desde o início que tentamos, pelas pessoas mais antigas da freguesia, recolher o que era a tradição”, confessou.

Esses usos e costumes são depois levados aos quatro cantos de Portugal. Mas há sempre danças especiais, que o diga o Rancho Etnográfico de Santiago de Bougado. “Há duas danças que levamos sempre, que são o orgulho de sermos gentes desta terra, que são o malhão de entrada e o vira de saída que prestam homenagem à Nossa Senhora da Livração”, adiantou Fernando Monteiro, presidente do rancho.

Todas estas recolhas e trabalho apresentados por aqueles que cantam, dançam e representam os usos e costumes do concelho são reconhecidos por Assis Serra Neves, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Trofa. Em entrevista ao NT/TrofaTv, o autarca garantiu que todas “as expectativas foram superadas”. “Tivemos aqui 12 grupos fantásticos, tanto os nossos, como os que foram convidados para fazer parte deste festival, que são realmente muito bons”, frisou.

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