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Ano 2010

Todas as crianças são inteligentes

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Ser mau aluno não é sinónimo de incompetência. Esta é a convicção do psicólogo Eduardo Sá, que assegura que “todas as crianças são inteligentes”.

“Quando as crianças sentem que alguém se interessa por elas e reconhece as suas capacidades, ficam motivadas. Todos nós só nos sentimos motivados quando estamos a ganhar”, garantiu o psicólogo Eduardo Sá .

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Mas Pedro Rosário, investigador da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, acredita que para alcançar esta motivação é necessário muito trabalho: “A motivação não existe à cabeça, gera-se pela cumplicidade com os conhecimentos”.

O especialista lidera um grupo responsável por projectos de desenvolvimento de competências (disponíveis em www.guia-psiedu.com) e explica que as pessoas “têm vários níveis de competências” que precisam de desenvolver a velocidades diferentes. “A competência é como se fosse um músculo, desenvolve-se. Há alunos que conseguem aprender determinada coisa numa hora e outros que precisam de quatro. É como no treino físico”, sublinhou.

Assim, conclui-se que “os maus alunos que passaram a ser bons já tinham a competência, mas não estava desperta a apetência ou porque as matérias não estimulavam ou porque os professores não eram motivadores”.

Álvaro Almeida Santos, ex-presidente do Conselho de Escolas, professor há 27 anos, considera que um aluno com uma boa aprendizagem nos dois primeiros anos de escolaridade, “normalmente mantém-se motivado nos restantes”.

A escola pode muitas vezes fazer a diferença, com um “apoio próximo e diferenciado”, mas sempre com o apoio da família, que deve “encorajar, não recriminar e responsabilizar”. “Quando o aluno encontra uma zona de desenvolvimento próxima, consegue cumprir determinados objectivos. Motiva-se e fica preparado para outras metas e possibilidades”, refere o docente.

Luís Picado, especialista em Psicologia da Educação, defende “uma escola diferente”, por forma a resolver o insucesso escolar. Assim da equipa escolar devem constar: professores, pais e outros técnicos (educadores sociais, animadores socioculturais e psicólogos).

“Acredito num trabalho transdisciplinar, onde as pessoas pensam em conjunto sobre os problemas e soluções, e no entendimento de uma escola comunidade. Só as escolas apelativas para os alunos e famílias podem promover o sucesso educativo”, refere o autor do estudo “A Indisciplina em Sala de Aula” e do livro “Ansiedade na Profissão de Docente”.

Referindo que “está provada a importância da motivação na aprendizagem e da falta da mesma no insucesso escolar”, Luís Picado alerta que “a habilidade” nesta matéria “consiste em promover os motivos certos que conduzam o aluno a agir, e a agir bem”.

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