Ano 2010
Níveis de ozono aumentam na região
O ozono perto da superfície terrestre atingiu um nível preocupante, este domingo, na região do Douro. Segundo a CCDR-Norte, a estação de Burgães, em Santo Tirso, registou um número superior ao valor de referência.
O ar quase se tornou irrespirável na manhã de domingo. A intensidade dos fogos florestais na zona da Trofa e Santo Tirso provocou um aumento perigoso do nível de ozono na troposfera, camada inferior da atmosfera, onde se encontra o ar que respiramos.
A estação de Burgães, a única na região que avalia os índices deste poluente perto da superfície, registou mais de 200 microgramas por metro cúbico, entre as 11 e as 14 horas de domingo, quando o valor de referência está estabelecido nos 180 microgramas, informou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). No entanto, a mesma estação registou a diminuição do índice deste gás já durante a tarde, entre as 14 e as 15 horas, para 177 microgramas por metro cúbico.
O ozono troposférico é um poluente secundário, o que significa que, ao contrário dos outros poluentes monitorizados na Rede de Qualidade do Ar da Região Norte, não é emitido directamente por nenhuma fonte, resultando da reacção de outros poluentes entre si na atmosfera em presença da radiação solar.
Durante o período de ultrapassagem do limiar de informação à população, as pessoas mais sensíveis (crianças, idosos, asmáticos e indivíduos com problemas respiratórios) devem evitar inalar uma grande quantidade de ar poluído, especialmente durante o período mais quente (durante a tarde).
A CCDR-N aconselha que a actividade física intensa ao ar livre deve ser reduzida ao mínimo. O fumo do tabaco e a utilização de produtos irritantes com solventes na sua composição também devem ser evitados, já que estes podem agravar os efeitos da exposição a concentrações elevadas de ozono.
Bom ozono está na estratosfera
O ozono é um gás cuja molécula contém três átomos de oxigénio. Cerca de 90 por cento deste componente está concentrado na estratosfera, entre 10 e 50 quilómetros acima da superfície terrestre e protege da radiação ultravioleta-B. A chamada “camada de ozono” concentra-se entre os 15 e os 35 quilómetros e é fundamental para assegurar a vida na Terra.
Já o ozono que se concentra na troposfera torna-se nefasto e os seus efeitos dependem das suas concentrações na atmosfera, da duração de exposição, da quantidade de ar inalado e do grau de sensibilidade ao ozono, variável de indivíduo para indivíduo.
Pode manifestar-se por irritações nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça e por problemas respiratórios, tais como dificuldade em respirar, dores no peito e tosse.
O ozono tem também um efeito nocivo sobre a vegetação e sobre os materiais.
Este poluente reduz a actividade fotossintética das plantas, o que se torna visível pelo aparecimento de manchas e queda das folhas, redução de crescimento (a partir de certas concentrações e períodos de exposição), e mesmo pela completa destruição de culturas mais sensíveis.
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