Ano 2007
Juventude – Exercer direitos, defender o futuro, contra a precariedade!
Em 28 de Março de 1947, em pleno fascismo, milhares de jovens participaram num acampamento em São Pedro de Moel que foi organizado pelo MUD Juvenis, a estrutura juvenil do Movimento de Unidade Democrática.
Nesse acampamento exigia-se a democracia e a liberdade. A resposta do regime fascista foi a tradicional repressão, a violência, a bastonada e a prisão de muitos dos jovens aí presentes.
Por este motivo, o dia 28 de Março é tido como uma referência na luta dos jovens pelos seus direitos.
Cada vez mais o papel dos jovens é mais importante.
Num contexto em que cresce o ataque dos protagonistas da política de direita ao futuro das actuais e das próximas gerações no plano económico, social e cultural, cresce a necessidade de afirmar e defender o projecto de sociedade contemplado na Constituição da República Portuguesa.
A politica desenvolvida pelo actual governo PS/Sócrates aposta tudo na negação dos direitos da juventude, contrariando as justas aspirações de muitos milhares de jovens estudantes e trabalhadores.
Nos dias de hoje é incontornável ter presente que os problemas existentes no nosso país afectam em particular o jovens, nomeadamente no que diz respeito ao desemprego, à precariedade laboral (que será gravemente prejudicada de avançar a flexisurança), ao encerramento de escolas e à elitização do ensino com a aplicação do processo de Bolonha, ao ataque à segurança social, às alterações ao arrendamento jovem…
Ao nível do ensino secundário, os estudantes e os trabalhadores-estudantes do lutam actualmente contra a crescente degradação da escola pública. O desmantelamento da Rede Pública de Estabelecimentos de Ensino, a chamada gestão empresarial de todo o parque escolar do país, podendo – entre outros aspectos – decidir da alienação de património, da concessão de serviços e mesmo de utilizações inconcebíveis dos espaços escolares.
Brevemente teremos as escolas a servir de casas de banquetes para casamentos, baptizados, comunhões… e até quem sabe sessões de "stript" na mesma linha do que a Câmara PS da Amadora promoveu para assinalar o dia internacional da mulher.
Mas, falemos do mundo do trabalho onde está em curso um esforço do actual governo (seguindo a mesma lógica dos anteriores) de criar uma nova geração sem direitos com a generalização da precariedade, do trabalho temporário, do contrato individual de trabalho, dos baixos salários, do aumento dos ritmos de trabalho e da desregulação dos horários, afectando particularmente as jovens mulheres.
O desemprego juvenil é o dobro da taxa nacional e em 2005, 21,5% dos jovens entre os 15 e os 19 anos estavam desempregados, bem como 10,9% dos jovens entre os 19 e os 25 anos.
O peso relativo dos jovens desempregados com formação académica superior quadruplicou no espaço de 14 anos – 5,1% em 1992, para 20,6% em 2005).
Defendendo e afirmando os seus direitos, milhares de jovens trabalhadores voltaram a sair à rua no 28 de Março deste ano. Defendiam o fim da precariedade e a estabilidade no emprego.
Perante o ataque a quem menos pode, o caminho só ode passar pelo protesto, pela contestação, pela afirmação e defesa dos direitos laborais e sociais.
O povo diz que quem cala consente, eu não quero consentir esta política!
Jaime Toga
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