Ano 2010
Plataforma Logística Maia/Trofa – ACABOU SEM COMEÇAR?
Há mais de três anos, a então deputada do PS na Assembleia da República e actual presidente da Câmara Municipal da Trofa, Joana Lima, fez a sua primeira intervenção no Parlamento para elogiar a plataforma logística Maia/Trofa cuja construção o governo anunciara num programa chamado «Portugal Logístico».
Segundo a parlamentar, “é, sem sombra de dúvida, uma infra-estrutura de referência da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto e contribuirá fortemente para a dinamização da actividade económica do País (…) Além disso, irá promover o desenvolvimento económico local e regional (…) permitirá oferecer alternativas de localização de novos negócios.”
Joana Lima foi mais longe ao anunciar que “o primeiro passo para a implementação do Portugal Logístico foi dado no final de 2005”, até porque, continuava a oradora, “esta medida insere-se no desafio a que o Governo se propõe, de colocar o País na linha da frente em matéria de inovação e conhecimento.”
Tudo parecia caminhar sobre rodas porque, na mesma intervenção foi assegurado que “o Governo pôs em marcha um plano coerente e consistente, que responde ao objectivo de desenvolver um sector de actividade estratégico para o aumento da eficiência da economia nacional, criando as condições para fornecer níveis de serviço de excelência, competitivos e articulados” e terminava garantindo que a plataforma Maia/Trofa é “uma das duas grandes plataformas logísticas urbanas, terá um papel preponderante para a sustentabilidade económica e ambiental dos sistemas produtivos e de transportes em Portugal, em particular na Área Metropolitana do Porto.”
Agora, em resposta a requerimentos do PCP, o governo reconhece que afinal já não será construída esta plataforma porque a construtora, a SOMAGUE, acha que os terrenos são muito caros.
Ou seja, esta infra-estrutura preponderante para a sustentabilidade económica da nossa região e do país não será construída porque o interesse nacional está dependente do interesse das grandes empresas de construção civil e da especulação imobiliária.
O investimento de milhões de euros que potenciaria o desenvolvimento da região, a fixação de empresas e a criação de postos de trabalho não se vai fazer porque uma construtora diz que os terrenos são muito caros!
Manterá Joana Lima a mesma opinião sobre a importância desta infra-estrutura? Que posição já tomou junto do governo do seu Partido?
Uma coisa fica provada: o facto de termos uma Câmara e um governo da mesma cor política não é nenhuma vantagem para a Trofa. O governo é mau para o país, por isso é mau também para a Trofa!
Por fim, importa questionar se será a oportunidade de se estudar a mudança de localização, para a zona entre S. Romão/Covelas e Vilar de Luz (próximo do Aeródromo) salvaguardando completamente os terrenos agrícolas do Vale do Coronado e continuando a defender a importância estratégica de manter o investimento nesta zona?
Da parte do PCP, fica claro o empenho na concretização deste investimento, no respeito pelo ambiente, mas defendendo o desenvolvimento regional, criando condições para a fixação de empresas e a dinamização económica que tanto precisamos.
Jaime Toga
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