Ano 2007
DOIS ANOS DE GOVERNO SOCIALISTA – Expectativas elevadas
Completaram-se dois anos que o Governo socialista foi empossado.
Ao longo deste tempo, os portugueses depositaram fortes expectativas na governação que o Partido Socialista iria proporcionar ao país.
Os portugueses estavam cansados e agastados com a governação da coligação PSD/PP, de Durão Barroso e de Santana Lopes, sobretudo da linha dura e sem esperanças que foi imprimida por Durão Barroso e o seu discurso da tanga.
Cansados do discurso da tanga, da instabilidade que se seguiu à saída de Durão Barroso para a Comissão Europeia, os portugueses entenderam por bem dar uma maioria absoluta a José Sócrates.
Foi a primeira vez que o PS teve uma maioria absoluta com as consequentes condições de governabilidade para as reformas que se adivinhavam e que muitos reclamavam de há muito tempo.
As reformas reclamadas e permanentemente anunciadas tiveram, finalmente, o seu início.
Se há virtude que possa apontar-se ao Primeiro-Ministro é exactamente a coragem. Não teve receios de enfrentar situações que exigem grandes doses de coragem.
Com atitudes reformistas, algumas polémicas, o actual Governo imprimiu uma dinâmica sem retorno. Agora, reste levar as reformas até ao fim, nunca prescindindo do bom senso e do sentido de equilíbrio para evitar decisões a "régua e esquadro" e, sobretudo, que não venham a provocar maiores desequilíbrios na sociedade portuguesa e a acentuar a desertificação das regiões do interior.
Do Ensino à Saúde, passando pela Justiça, pelas Forças de Segurança, pela Segurança Social, pela Função Pública, o Governo tem actuado em todas as áreas.
Tem mexido em todas áreas, com algumas situações difíceis de sustentar: independentemente da justiça dalgumas regalias, coloca-se sempre o problema da sua comportabilidade porque o orçamento de Estado não tem capacidade para manter algumas regalias, ainda que possam ser justas.
A verdade é que os portugueses têm premiado o partido do Governo, o Partido Socialista, em sucessivos estudos de opinião. As sondagens que são feitas regularmente por várias empresas de estudos de opinião, nalguns casos por encomenda de órgãos da comunicação social, têm, invariavelmente, atribuído níveis elevados de popularidade ao Primeiro-Ministro e a intenção de voto ao Partido Socialista.
É importante verificar que, a meio do mandato, quando a popularidade Atinge os picos mais baixos,, o Partido Socialista colhe a intenção de voto de quase metade dos cidadãos que manifestam intenções de votar.
A popularidade do Governo, e da maioria dos seus ministros, incluindo o Primeiro-Ministro, deve-se, em grande medida, ao cansaço que os portugueses sentiram do discurso agressivo e conservador do Governo da coligação de direita que governou anteriormente, mas também aos sinais, ainda ténues, é verdade, de recuperação económica.
Se se confirmar a retoma da economia europeia, podemos encarar o futuro com algum optimismo. A própria retoma, pelas consequências que traz para o crescimento económico, contribuirá para a redução do tão malfadado défice das contas do Estado.
A julgar pelos índices de popularidade do Governo e das intenções de voto no Partido Socialista, tudo indica que os portugueses irão renovar, em 2009, o mandato ao Partido Socialista, com nova maioria absoluta, para nos governar até 2013.
O sucesso do Governo, será bom para os portugueses.
Afonso Paixão
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