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Atraso na abertura da creche e aumentos provocam pior resultado financeiro nos Bombeiros da Trofa

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa registou, em 2023, o pior resultado financeiro da sua história, com um saldo negativo de cerca de 108 mil euros. A informação foi avançada pelo presidente da instituição, Luís Elias, na assembleia geral que decorreu esta quarta-feira, 26 de março.
Entre os fatores que contribuíram para este resultado, Luís Elias destacou os atrasos na abertura da creche, que impediram a entrada de receitas durante três meses, e o aumento da massa salarial, que ascendeu a mais de 32 mil euros, incluindo seguros e encargos. A instituição conta atualmente com 78 funcionários, entre o corpo de bombeiros e a creche e o impacto do aumento do salário mínimo nacional em 50 euros por mês resultou num acréscimo significativo nos custos operacionais.
Outro fator relevante foi a “atribuição de gratificações aos piquetes”, uma medida tomada para “fortalecer a resposta operacional” dos bombeiros. Estas gratificações representam um custo mensal de cerca de seis a sete mil euros, atingindo um total anual próximo dos 85 mil euros.
Durante a assembleia, Luís Elias deu conta de que, para 2025, está prevista a realização de obras no quartel, nomeadamente a criação de novos cacifos, devido ao aumento do número de bombeiras na corporação.

Creche a funcionar a plena capacidade

A creche da Associação Humanitária já está em pleno funcionamento e acolhe, atualmente, 84 crianças, prevendo-se que este número aumente para 88 nos próximos meses. Com esta operação estabilizada, a direção espera que as receitas provenientes deste serviço ajudem a equilibrar as contas.
Apesar do resultado negativo, Luís Elias afirmou que a gestão da associação decorreu de forma tranquila e que os desafios financeiros não comprometeram a capacidade operacional da corporação.
Recorde-se que a Associação Humanitária realizou obras de melhoramento e ampliação das instalações da creche e jardim de infância, que ficaram concluídas e validadas a 18 de dezembro do ano passado, mas só em meados de fevereiro é que recebeu luz verde do Instituto da Segurança Social para operar.

Sem creche e jardim de infância, Associação “não era autossustentável”

Luís Elias foi perentório a afirmar que se a Associação Humanitária não tivesse a creche e jardim de infância, não seria autossustentável.
“Se a lei do financiamento não for alterada, daqui a dez anos vamos ter problemas sérios em muitas associações humanitárias do país. No nosso caso, o aumento do salário mínimo gerou um acréscimo de mais de 30 mil euros em encargos, enquanto a revisão da lei do financiamento trouxe um aumento mensal de apenas 110 euros”, alertou Luís Elias.
O dirigente considera que a situação se tornará insustentável a longo prazo, já que as associações humanitárias dependem, em grande parte, de apoios municipais, donativos de mecenas e iniciativas próprias para conseguirem manter a atividade. “Há corporações com endividamentos que chegam a 800 mil ou um milhão de euros. Isto vai ter um fim muito trágico”, sublinhou.

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