Trofa
Violinista trofense brilha em concursos internacionais
Sara Castro, jovem violinista da Trofa, tem vindo a conquistar os palcos internacionais com o seu talento
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Sara Castro, jovem violinista da Trofa, tem vindo a conquistar os palcos internacionais com o seu talento, tendo sido distinguida com prémios no Concurso Internacional Paços Premium e no Concurso Internacional Cidade de Vigo. A sua dedicação à música e o apoio de mentores e influências locais têm sido cruciais para a sua ascensão no mundo da música clássica.
Desde tenra idade, a música tornou-se uma presença constante na vida de Sara Castro, influenciada pelo pai, músico amador. Aos quatro anos, ao imitar a execução do violino com talheres, os pais decidiram inscrevê-la numa escola de música, iniciando assim um percurso que nunca abandonaria. “Não tenho perceção do como e porquê surgiu a vontade de tocar violino, penso que deve ter sido ao ouvir um concerto ou gravação, mas sei que foi sempre a minha primeira opção, nunca tive vontade de experimentar outros instrumentos. A minha paixão pelo violino era bastante evidente”, reconheceu, em entrevista ao Jornal do Ave.
Ao longo dos anos, a jovem, residente em S. Martinho de Bougado, consolidou a sua formação musical, tendo o primeiro professor, Rui Costa, um papel crucial na decisão de seguir um caminho profissional na música. Com o seu apoio, ingressou no Conservatório, onde teve a certeza de que a música seria a sua vida.
Além do ambiente familiar, outras influências moldaram o seu percurso, como a maestrina do Coro dos Meninos Cantores do Município da Trofa, Antónia Serra, e a professora da Escola Passos de Dança, Márcia Ferreira. O contacto com a música coral e o ballet foi essencial para o seu desenvolvimento artístico, mas foi no violino que encontrou a sua verdadeira vocação.
ais tarde, a participação no coro de jovens revelou-se determinante. “Lembro-me de chegar lá e nem duas notas seguidas conseguir tocar. Com o passar do tempo passei de tocar apenas uma música, para duas, depois para três, de repente, já tocava todas as músicas da missa. E eu sentia mesmo essa motivação de querer tocar tudo e de uma semana para a outra estar a tocar mais e melhor. Era como uma bússola que me orientava para saber o ritmo em que estava a evoluir. Passados alguns tempos, surge o padre Bruno Ferreira, com um dom para a direção coral e de orquestra, principalmente na vertente sacra, que juntou os três coros da paróquia, construiu uma pequena orquestra que se juntava para animar as grandes celebrações. Foi o meu primeiro contacto com o ‘mundo orquestral’. Os arranjos, a sonoridade de todos os instrumentos e das vozes em conjunto, os ensaios que resultavam em missas monumentais que acabavam sempre com as pessoas a aplaudir-nos, tudo isto levou a que me apercebesse que era exatamente aquilo que queria fazer”, testemunhou.
A evolução contou com “fases de estagnação, especialmente na adolescência”, quando Sara começou “a perceber o esforço exigido”. Apesar das dúvidas, nunca perdeu o foco e continuou a trabalhar, conquistando um lugar em várias orquestras e participando em projetos dentro e fora do país.
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“Já toquei em várias orquestras e em vários palcos, mas recordo alguns com especial apreço, nomeadamente quando participei na Orquestra de Jovens do Mediterrâneo, em 2022. Foi a primeira vez que participei num estágio de orquestra fora de Portugal e foi uma experiência extremamente enriquecedora pelo contacto com outras culturas, membros da London Symphony Orchestra que estavam no papel de mentores, tocar num dos maiores festivais de França… no final de todos os concertos ficava com vontade de tocar outra vez”, frisou.
A sua carreira inclui passagens por prestigiadas orquestras, como a icónica “Berliner Philharmonie”, residência da Berliner Philharmoniker, com a Orquestra Filarmónica Portuguesa.
“E a minha experiência como membro de uma orquestra numa produção de ópera, paixão apenas recentemente descoberta mas que rapidamente se tornou da melhores experiências enquanto violinista”, acrescentou.
Com várias participações em concursos nacionais e internacionais, a violinista obteve prémios no Concurso Internacional Paços Premium e no Concurso Internacional Cidade de Vigo, reconhecendo a importância destas competições para a sua evolução artística.
Sobre o futuro, mantém uma visão realista e determinada. “A música já me levou a viajar, a conhecer diferentes culturas e a criar laços. Quero continuar a trabalhar diariamente para evoluir e aperfeiçoar a minha arte, sem perder a consciência da incerteza que existe neste meio”.
Com uma carreira em ascensão, a violinista trofense de 22 anos, que se inspira diariamente em Anne-Sophie Mutter ou David Oistrakh, promete continuar a encantar palcos e públicos com o seu talento.