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Trofense Hugo Sousa luta para introduzir tratamento inovador de feridas no SNS

Com um percurso profissional “bastante ligado” à “área das feridas”, Hugo Sousa decidiu aprofundar conhecimento e explorar o uso de plasma rico em plaquetas (PRP) no tratamento de feridas difíceis de cicatrizar, que culminou na criação de um protocolo inovador.

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Hugo Sousa, enfermeiro e investigador no Hospital de S. João, no Porto, é o criador do primeiro protocolo mundial para o tratamento de feridas com Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e Plasma Rico em Fibrina (PRF). Esta técnica inovadora surge da “vontade” do trofense de melhorar a qualidade de vida de pacientes com feridas crónicas, através de uma abordagem regenerativa.

Com um percurso profissional “bastante ligado” à “área das feridas”, Hugo Sousa decidiu aprofundar conhecimento e explorar o uso de plasma rico em plaquetas (PRP) no tratamento de feridas difíceis de cicatrizar, que culminou na criação de um protocolo inovador.

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A sua investigação tem sido amplamente reconhecida, tanto em Portugal como internacionalmente. Em maio, apresentou o primeiro protocolo mundial no maior congresso de feridas da Europa, organizado pela European Wound Management Association (Associação Europeia de Gestão de Feridas) e, mais tarde, viu o seu estudo de caso numa revista científica internacional. Há dias, concluiu o primeiro Curso de Medicina Regenerativa Aplicada ao Tratamento de Feridas, com formação de 20 profissionais de saúde e apresentação de casos clínicos que, segundo Hugo Sousa, atestam as vantagens do PRP.

“Em primeiro lugar, é a velocidade de cicatrização. Eu tenho algumas dezenas de casos tratados e documentados, também para a apresentação em próximos congressos, de doentes que tinham feridas há três, quatro e cinco anos e que em seis, sete e oito meses conseguiram vê-las cicatrizadas. Tive um paciente que sofria com uma úlcera de perna há dois anos, que o obrigou a deixar o trabalho, e em nove meses de tratamento conseguimos a cicatrização e ele voltou à sua vida profissional, sem qualquer problema nem dores”, documentou.

Além disso, segundo o investigador, os custos do tratamento com PRP “são muito mais baixos”. “Em custos materiais, pode fazer-se um tratamento por um ou dois euros”, assegura, por isso defende a necessidade de a tornar efetiva no Sistema Nacional de Saúde (SNS). “É uma coisa tão simples que pode fazer uma diferença enorme”, afirma o investigador.

No entanto, a aceitação desta abordagem ainda enfrenta alguma resistência, com muitos a considerarem-na utópica. Hugo Sousa está otimista, acreditando que a formação de novos profissionais será a chave para a aceitação desta abordagem médica. Segundo Hugo Sousa, “já existem profissionais a aplicar a técnica no setor privado”.

A técnica baseia-se na recolha de sangue do doente, para depois o centrifugar e aspirar-lhe o plasma, que é rico em plaquetas. A aplicação pode ser feita por “injeção diretamente na ferida” ou através de “um gel aplicado cutaneamente”. O número de sessões de tratamento “vai sempre depender da complexidade da ferida”, mas, Hugo Sousa apoia-se na “experiência” para garantir que “é sempre muito menor do que a utilização das técnicas convencionais”.

Com elevada aplicabilidade na medicina dentária, o PRP pode também ser um tratamento muito vantajoso para os “doentes acamados, que apresentam úlceras por pressão” ou pessoas com “feridas complexas”, que não cicatrizam com os meios convencionais.

Apesar de ter desenvolvido a técnica em Portugal, Hugo Sousa manteve contacto com profissionais internacionais, como um colega italiano que utiliza um método semelhante com plasma de dadores em neonatologia. Esta troca de conhecimento levou o investigador trofense a Florença, em julho para uma formação no Meyer Children’s Hospital.

“A grande diferença é que a técnica que eu desenvolvi é uma técnica que usa o teu próprio sangue e na neonatologia nós não podemos usar, devido à quantidade de sangue que precisamos para extrair o plasma”, explicou.

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