Fique ligado

Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa: As primeiras Eleições Europeias

“A Trofa ainda não tinha autonomia administrativa como é de conhecimento público e então ao analisar os resultados destas eleições temos de os ver em conjunto com Santo Tirso.”

José Pedro Reis

Publicado

em

Na ressaca de mais um ato eleitoral que terminou recentemente para as eleições para o Parlamento Europeu, podemos realizar uma pequena viagem no tempo.

A 12 de junho de 1985 em Lisboa, após longas negociações, um país que esteve praticamente isolado no que respeita à política externa durante 50 anos do século XX, abria os seus horizontes com a admissão à União Europeia.

Publicidade

 

O desejo de pertença a esta organização política tinha tido o seu pontapé de saída em 28 de março de 1977 com o Ministro dos Negócios Estrangeiro em exercício a enviar uma carta ao Presidente do Conselho a pedir a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia.
O caminho até à assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia foi longo, foram precisos quase 10 anos, mas, também, era latente a ideia que era fundamental que este passo fosse concretizado, até pela estabilidade futura de um país com claras e evidentes fragilidades económicas e carências de investimento público.

Após esta pequena introdução deve ser colocado o foco na razão da escrita desta crónica que são as primeiras eleições europeias realizadas em 1987 no qual Portugal finalmente poderia eleger os seus eurodeputados, os primeiros.

A Trofa ainda não tinha autonomia administrativa como é de conhecimento público e então ao analisar os resultados destas eleições temos de os ver em conjunto com Santo Tirso.

Um ato eleitoral em que votaram 56 mil eleitores, acabaria por resultar numa vitória possivelmente inédita, ou quase inédita atendendo o histórico de resultados da força política em questão, nomeadamente o Partido Social Democrata. A referida força partidária iria conseguir um pouco mais de 21 mil votos.

O Partido Socialista crónico vencedor em Santo Tirso das disputas eleitorais iria ficar com pouco menos de 3 mil votos em relação aos vencedores conseguindo pouco mais de 18 mil votantes.

No rol das restantes forças políticas surgem partidos que por razões várias já foram extintos, desaparecendo do espaço político, referência para o MDP/CDE que não teria mais que 170 votos, como também do Partido Comunista Português (Reconstruído) que ainda teria uma votação um pouco melhor se comparada com a força partidária anterior, concretamente 301 votantes.

O Partido da Democracia Cristã, conectado com forças extremistas de direita iria ter nestas eleições um dos seus últimos suspiros e conseguir obter 337 votantes, entretanto também desaparecido.

No lote destes partidos ainda temos o Partido Renovador Democrático, o Partido Socialista Revolucionário, a União Democrática Popular, etc., uma pequena lição de evolução dos partidos políticos neste país.

Desta eleição, fundamentalmente o que podemos retirar foi a vitória do Partido Social Democrata num concelho tradicionalmente socialista em que Pedro Santana Lopes, cabeça de lista do PSD foi o grande vencedor dessa noite, conseguindo eleger ainda mais 9 deputados e perfazer a nível nacional 37% da votação.

Por fim, os resultados no concelho de Santo Tirso apesar de surpreendentes não fugiram à regra dos resultados obtidos no distrito, em que o PSD foi o vencedor também a nível distrital.

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...