Memórias e Histórias da Trofa: Os primórdios da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado

Estávamos a 17 de janeiro de 1832 e com a presença do julgado de paz Doutor Joaquim de Fonseca, após ter sido previamente anunciada através de edital que convocava todos os licenciados que foram aprovados para eleitores da dita paróquia.

Era um ato de eleição dos membros da Junta de Paróquia que seriam aprovados por aclamação da assembleia~, ficando eleitos para a mesa do plenário o Padre Manoel da Cruz Maia, Manoel Gonçalves Moreira, sendo os vogais José de Oliveira Leitão, Domingos da Costa Ribeiro, Narciso da Silva Carneiro, Manoel António Pereira, Manoel Domingos Costa, em que, para comissário, os escolhidos foram Domingos da Costa Ferreira que teve de lavrar a ata de onde foram retiradas estas informações.

Estamos perante o primeiro executivo da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado a ser eleita e que iria representar os interesses da população bougadense, num dos seus marcos de autonomia.

Nas sessões seguintes, nada de relevante seria aprovado e as próprias reuniões seriam de carácter meramente burocrático e obrigatório pelas leis dos vários códigos, que regulavam a administração nacional e autárquica.

A preocupação nos assuntos abordados era para, sobretudo, garantir a continuação e, fundamentalmente, a conclusão das obras da sua igreja paroquial, denotando-se pouca atividade no dia a dia da sua atividade no que respeita a assuntos políticos, demonstrando que, praticamente 200 anos atrás, a vida da sua comunidade era tranquilizadora e reinava a paz social, numa época de fortes tensões e em que muitas vezes imperava a irracionalidade um pouco por todo o país.

Os primeiros passos da Junta de Paróquia de Santiago de Bougado que marcam páginas da história do nosso concelho que, por contingências legais, fez com que a história tivesse novamente ser reescrita, com as suas tradicionais vantagens ou desvantagens.