Presidente do Coronado acusa vereador de mentir sobre responsabilidade de Escola

Encarregados de educação de alunos da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, em S. Romão do Coronado, mostraram-se preocupados com a segurança da comunidade educativa, após uma reunião com o vereador da Educação da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Araújo, da qual saíram a saber que “não serão feitas obras” no edifício até que comece a empreitada de requalificação da escola, que está prevista para o segundo trimestre de 2024, num investimento de sete milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Face às notícias que vieram a público sobre as inundações que afetaram o funcionamento da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, em S. Romão do Coronado, o vereador da Educação da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Araújo reuniu com a associação de pais e outros encarregados de educação, que reclamaram sobre o atual estado de degradação do edifício.

Ao NT chegaram relatos de alguns dos presentes na reunião, que se mostram desagradados pela inação da autarquia a fim de resolver os problemas estruturais do estabelecimento de ensino.

“O vereador disse que a Câmara Municipal não vai fazer nenhum tipo de intervenção e que vai esperar pela obra de requalificação”, referiu um dos encarregados de educação, que não se identificou por medo de represálias.

O mesmo referiu ainda que, na mesma reunião, Sérgio Araújo referiu que a responsabilidade das inundações na escola “é da Junta de Freguesia do Coronado, porque não efetuou a limpeza das caleiras dos pavilhões, à luz do protocolo de delegação de competências que esta assinou com a Câmara Municipal, para pequenas reparações nas escolas, e que incluía a Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro”.

Contactado, o presidente da Junta de Freguesia, José Ferreira, refuta as acusações e contraria a versão do vereador da Educação da autarquia. “Desde há um ano a esta parte, a Câmara tomou posse administrativa daquela escola. E até lá, a administração era do Ministério da Educação e, como é natural, a Junta nunca lá teve qualquer tipo de intervenção. O protocolo que existe com a Junta de Freguesia e o atual executivo camarário, que foi assinado em 2014, contempla apenas as escolas básicas do 1.º ciclo e nunca a Escola Básica e Secundária”, referiu.

Para José Ferreira, “tem sido apanágio deste executivo municipal, e o vereador não é exceção, sempre que pode e tem oportunidade atacar a Junta de Freguesia”. “O culto da mentira por parte do executivo camarário compromete o executivo da junta, fazendo passar a mensagem de que o facto de ter acontecido o que aconteceu na Escola Básica e Secundária foi por falta da Junta de Freguesia na limpeza das caleiras. Isto é gravíssimo e uma acusação do mais reles que pode haver, vindo de uma instituição como uma Câmara Municipal que diz e apregoa que trabalha para todos, mas que não sabe trabalhar com todos”.

O autarca referiu ainda que foi “confrontado pelo presidente da Associação de Pais” ainda antes da reunião com o vereador sobre a suposta delegação de competências, lamentando que este não tenha convidado a Junta de Freguesia para também estar presente e ter oportunidade de, “perante os outros pais, refutar estas acusações”.

“Não precisamos desta gente que mente descaradamente, não pondo apenas em causa a Junta de Freguesia, mas toda a população do Coronado, porque está a mentir a toda a população e à sua responsabilidade. A Câmara tem que assumir a responsabilidade, porque teve todo o verão para intervir naquela escola, pois já vinha com estes problemas detrás e é uma vergonha que não ter tido a capacidade de atuar como deveria ter atuado e deixar que uma escola desta natureza, com esta dimensão, chegasse a este estado”, atirou.

Este jornal contactou a Câmara Municipal da Trofa para solicitar esclarecimentos sobre o caso, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.