Crónicas e opinião
Cantinho da Saúde: Lesões na medula afetam entre400 a 800 pessoas por ano em Portugal
Estima-se que, diariamente, em Portugal, uma ou duas pessoas fiquem impossibilitadas de andar devido a uma lesão na medula.
Estima-se que, diariamente, em Portugal, uma ou duas pessoas fiquem impossibilitadas de andar devido a uma lesão na medula. Anualmente, o número de pessoas que sofre uma lesão medular varia entre 400 e 800 apenas no nosso país, afetando cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo.
Estas lesões têm um impacto profundo na qualidade de vida dos doentes.
De um modo simples, uma lesão medular é uma lesão grave em que as células que transmitem sinais do cérebro para o corpo, e vice-versa, são danificadas. As restrições de mobilidade podem ser significativas, com necessidade de utilização de cadeiras de rodas ou outros auxiliares de locomoção e em alguns casos levar a dependência parcial ou total de um cuidador. Contudo, as consequências destas lesões não se limitam à mobilidade abrangem as áreas mentais, sociais, sexuais e profissionais, além de terem impactos económicos significativos.
Tendo em consideração o risco de lesões graves e permanentes, a prevenção é crucial. Sobretudo porque a maioria das causas são evitáveis. Os acidentes rodoviários são a principal causa de lesões medulares em todo o mundo. As quedas em casa ou ao ar livre, mergulhos em água de pouca profundidade, acidentes desportivos e agressões estão na origem da maioria dos restantes casos de lesões medulares.
Para evitar uma lesão que pode ser catastrófica, é importante seguir algumas regras:
– Utilize sempre cintos de segurança e capacetes em veículos e atividades de risco, incluindo
bicicletas e trotinetes;
– Respeite os limites de velocidade;
– Evite o uso de telemóvel enquanto conduz;
– Não conduza sob a influência de álcool ou substâncias intoxicantes;
– Certifique qual a profundidade antes de mergulhar, e preferencialmente entre de pés;
Em casa, tome medidas preventivas como remover objetos em que possa tropeçar, assegurar iluminação adequada e corrimãos nas escadas, utilizar tapetes antiderrapantes em áreas molhadas como casas de banho e cozinhas; se praticar desportos ou atividades de risco, certifique-se de seguir as medidas de segurança necessárias.
Apesar do empenho da comunidade científica em encontrar soluções para o tratamento destas lesões, a prevenção continua a ser a chave para reduzir o número de lesões medulares e garantir a segurança e o bem-estar de todos.
José Miguel Sousa,
membro da direção da Sociedade Portuguesa
de Patologia da Coluna Vertebral
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