Ano 2009
Presidente do Trofense em entrevista
Em entrevista exclusiva ao site oficial do Clube Desportivo Trofense, o presidente do clube, Rui Silva, abordou vários temas da actualidade do clube e do futebol português.
1. Senhor Presidente, passados estes meses na l Liga, que balanço faz do percurso desportivo da equipa principal?
Como todos os Trofenses sabem, tudo o que eu faço, todas as minhas decisões e opções visam contribuir para ganharmos o maior número de jogos possíveis. Mas, como Presidente e como Gestor, eu não posso gerir o clube ao sabor dos resultados, sejam eles mais positivos ou mais negativos. Eu tenho a obrigação de traçar medidas estruturantes do clube e prepará-lo para enfrentar o futuro com segurança. Sobretudo nesta conjuntura de crise nacional e mundial. É verdade, que neste percurso, cometemos alguns erros. Uns já foram corrigidos, outros iremos corrigir. O pior seria não termos consciência do caminho que temos que seguir. Por exemplo, percebo hoje que esta época não foi devidamente preparada. A prova disso foi que não fizemos sequer 1 ponto, nas 5 primeiras jornadas. Ainda hoje estamos a pagar essa factura. Se desses 15 pontos tivéssemos feito pelo menos 5 pontos, estaríamos a meio da tabela classificativa. Mas estamos a emendar tudo isso. Sabemos o que queremos e como Presidente, não vou hesitar em criar as condições necessárias e possíveis para o Trofense ter o estatuto de clube da l Liga. Mas devo dizer-lhe que descontando as 4 primeiras jornadas, o balanço é positivo e tenho a convicção de estarmos agora no caminho certo. E mais importante, estamos fora da zona de descida, o que representa uma melhoria fundamental. Temos um treinador de grande qualidade, temos actualmente um plantei com mais e melhores soluções, temos um departamento de futebol com recursos humanos de maior qualidade, temos melhores condições de trabalho para a equipa e temos um aumento significativo de apoio dos nossos adeptos, quer nos jogos em casa, quer nos jogos fora. Isso é algo que me tem dado uma motivação acrescida. É o momento de todos os Trofenses estarem unidos à volta do Clube!
2. Como avalia o trabalho do treinador Tulipa.
O que penso do trabalho do Tulipa está totalmente traduzido na renovação do contrato por mais uma época. Todos os dias confirmo que estávamos certos quando optamos por o contratar. Em boa hora o fizemos. Lembro que chegou com a equipa em último lugar, com zero pontos. Ou seja, recebeu uma herança bem pesada. Tem tido a inteligência e a competência de melhorar o rendimento da equipa. É um treinador moderno, estudioso, muito ponderado, com grandes conhecimentos do que é o futebol a nível nacional e mundial. Tem o que eu quero para o Trofense em todos os sectores, competência, qualidade e seriedade. É uma escolha do Presidente e sempre que alguém criticar negativamente o Tulipa, está a criticar a mim. Fui eu que o escolhi, ele é o treinador do Presidente do Trofense. Não é por acaso que os principais analistas do futebol português, repetem publicamente a qualidade do nosso treinador. Estamos muito contentes. Por isso, depois de confirmar directamente a sua qualidade, renovamos o seu contrato mais uma época.
3. Entretanto o cargo de Director Desportivo foi extinto, quer explicar as razões?
O futebol, a gestão dos clubes e das empresas, evoluiu muito nos últimos anos. Hoje trabalhar num clube de uma competição profissional, obriga a ter muitas competências. Falar línguas, ter conhecimentos de gestão, conhecer o mercado nacional e internacional e conhecer bem o que é a indústria do futebol. Actualmente, não se gere uma empresa ou um clube, apenas com base no voluntarismo. Como Presidente e como Gestor, é minha obrigação acrescentar, sempre que possível, mais qualidade aos recursos humanos do clube. Tive ocasião de explicar em privado ao Sr. Ramos os motivos porque decidi mudá-lo de funções ligadas à logística e tratar da legalização dos jogadores estrangeiros, etc. Ele como profissional do clube percebeu as razões e disse-me que apoiava a minha decisão. Há um tempo para tudo e para cada um de nós. Mudar não é fácil, mas tenho obrigação de fazer todas as reformas necessárias para melhorar as estruturas do clube. E tendo a certeza que estou a valorizar o Trofense, não hesito.
Neste momento, e face ao aumento da minha disponibilidade de tempo, acumulei a pasta do futebol, até para estar mais próximo da equipa e dos problemas que diariamente é preciso resolver. Há momentos em que um Presidente deve assumir o comando directo, dos departamentos mais importantes do clube. Entretanto e por acordo entre as partes foi decidido terminar a ligação do Sr. Ramos com o Clube, até porque este decidiu que era o momento para descansar e olhar mais para a sua vida pessoal.
Não posso esquecer que nesta nova fase tenho tido o apoio próximo do Dr. Porfírio Amorim, um profissional de larga experiência, ex. futebolista profissional, treinador com grau máximo da UEFA e formado em Psicologia. Um profissional com provas dadas, muito competente e que actualmente desempenha a função de Assessor do Departamento de Futebol Profissional.
4. Tem algum fundamento as notícias que dizem que o Dr. Carlos Janela, ex. director desportivo do Belenenses e do Sporting, poderá vir a ser o Director Desportivo do Trofense.
Nunca foi ponderada essa hipótese, mesmo sabendo que seria uma grande mais valia para a estrutura do Trofense. É um profissional de reconhecida qualidade, com um currículo de respeito, mas está fora de questão essa hipótese. Colaborou connosco na vinda do Hugo Leal e do Charles Chad, peco-lhe colaboração sempre que necessito, pois é uma pessoa das minhas relações pessoais, confio na sua seriedade e experiência e que está no mesmo pé de igualdade com todos os empresários que estão no mercado e que trabalham connosco. Como prova da grande seriedade recíproca desta relação, é o facto de o Carlos Janela ser gestor de uma empresa de jogadores que não tem nenhum jogador no Trofense e o último que tinha era o Bessa, que dispensamos em Dezembro, tendo sido contratado pelo ex. Director desportivo. Quero que o Trofense trabalhe sempre com os mais qualificados, e sobretudo, que seja um referencial de seriedade. Sempre procuro trabalhar com os melhores.
5. Disse que o Trofense trata todos os agentes em pé de igualdade?
Nem poderia ser de outra forma. Comigo a Presidente todos os Agentes serão tratados com respeito e profissionalismo. Obviamente que queremos trabalhar com aqueles que nos oferecerem os melhores jogadores e com os custos acessíveis aos limites orçamentais do Trofense. Sou contra os tratamentos preferenciais e apenas quero que retribuam com seriedade, competência e qualidade.
6. Como tem visto o protesto dos adeptos pela falta de vitórias nos jogos em casa?
Antes de tudo, deixe-me realçar, a alegria que tenho em ver o nosso estádio cheio a apoiar a equipa. Isso é uma grande vitória e mostra ao país que temos estatuto de l Liga. Depois, a desilusão dos meus consócios é compreensível. É muito grande a vontade de ganhar. É muito grande a vontade de ficar na l liga, logo quando perdemos ficamos magoados. Mas os protestos têm sido dentro dos parâmetros da correcção e do bom senso. Até nisso dado um exemplo a muitos clubes. Queremos ser o clube mais importante desta região. Não queremos repetir os erros do Famalicão e Tirsense. Queremos crescer sustentadamente, com qualidade, sem voluntarismos fáceis. Queremos alargar a nossa base de apoio. Mais sócios, mais simpatizantes, mais adeptos. Adeptos do bom futebol e apreciadores de um clube sério e com uma boa gestão. Este é o Trofense que eu sonho e desejo.
7. Como vê a concorrência desleal no futebol português?
Tenho orgulho de sermos cumpridores. Tenho orgulho de dirigir um clube que honra os seus compromissos. Incomoda-me a concorrência desleal que existe no futebol português. Creio que o Presidente da Liga, tem que acabar com esse tipo de “truques” que minam a credibilidade do futebol e afastam as pessoas e empresas sérias do futebol. Esta indústria só pode ser viável se for gerida com seriedade e competência. Nenhuma indústria aguenta haver concorrência desleal. Apoio totalmente as medidas que a Liga e o Sindicato dos Jogadores preconizam. Espero que na próxima época não hajam mais Amadoras ou outros clubes incumpridores. Dificuldades todos temos, mas não pagar salários e atrasar mais de 2 meses é muito grave.
Ser um clube pequeno não nos inibe de queremos crescer e de ter um grande projecto e uma grande equipa de futebol. Estamos a crescer.
As empresas da região têm que sentir que o Trofense é um parceiro e um veículo privilegiado para a promoção de Marcas, Produtos e negócios. Juntos seremos mais fortes.
A Câmara, através do seu Presidente, tem dado o apoio possível. E quem apoio no limite do possível, merece o nosso profundo agradecimento. O Presidente da autarquia sabe que queremos valorizar e dignificar o Concelho da Trofa.
8. A contribuição fundamental do Rui Silva para o Crescimento do Trofense.
Sei que têm feito muitos artigos, chamando-me o Ultimo Mecenas do Futebol, o Benemérito do Trofense, etc. Não pretendo isso. Sou um Trofense, que gosta da sua terra e do clube e que tem um sonho e um projecto para o meu clube do coração. Transformar um clube regional num clube com estatuto nacional. Quero que o Trofense seja um clube ambicioso, uma referência de gestão, um exemplo de credibilidade, etc. Não pode ser ignorado o papel importante da Família Silva e da Ricon, no crescimento do clube. Seria ingratidão. O meu pai e o meu irmão têm sido muito amigos do clube. Mas quero e desejo que o clube dependa cada vez menos dos bolsos de particulares e mais da gestão qualificada dos seus dirigentes.
Sozinho não seria capaz de viabilizar qualquer projecto. O apoio dos meus colegas de Direcção tem sido fundamental. O apoio dos Trofenses, sobretudo daqueles que têm apoiado sem reservas, tem sido fundamental para este crescimento.
As empresas do concelho têm-se aproximado do clube e algumas com apoios muito significativos. Espero que possamos ser cada vez mais merecedores da confiante da grande maioria das empresas da região. Todos temos uma obrigação, valorizar e dignificar o bom nome do Trofense e das instituições ligadas ao concelho da Trofa.
9. Por último, temos mais um processo disciplinar a um jogador, ao Sidney. Razões?
Como podem imaginar, não irei divulgar publicamente, para já, as razões do Processo Disciplinar. É um assunto entregue ao departamento jurídico. Mas, devo dizer-lhe que comigo e com o treinador Tulipa, não serão nunca aceites comportamentos que ponham em causa a integridade e a coesão do grupo de trabalho. Ou seja, o Trofense tem um conjunto de profissionais sérios e de qualidade profissional insuspeita. Não será permitido a nenhum jogador criticar os companheiros, o treinador, a Direcção ou os sócios do Trofense. Temos princípios bem definidos, quem os pisar sofrerá as consequências e assumirá as suas responsabilidades. Em matéria de disciplina e ética, sou muito intolerante.
Fonte: CD Trofense
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