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Memórias e Histórias da Trofa: Festividade do Sagrado Coração de Jesus em Guidões

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Nas próximas semanas, será inaugurada a Capela de Santa Barbará em Guidões, que representa um marco importante não só para a recuperação do seu património, mas também da sua identidade.
Uma capela ainda demolida no século XIX deixaria saudades na comunidade guidoense, sendo contudo apenas mais um dos elementos da sua religiosidade. Aconteceu numa fase da história em que os elementos da população eram extremamente devotos e claramente que a Igreja e a sua comunidade tinham um papel mais intenso na vida das comunidades.
A cultura popular/religiosa de Guidões é conhecida sobretudo pelas festividades em Honra de S. João, que conseguem fazer com que um elevado número de fiéis se desloquem a esta “pequena” freguesia para acompanharem as tradições religiosas como também profanas.
Mas, no final do século XIX, concretamente em 1896, eram anunciadas, em finais de julho, as festas em honra do Sagrado Coração de Jesus, sendo uma festividade com cunho claramente religioso se atendermos que as várias coberturas noticiosas colocam especial enfoque no programa religioso, enaltecendo e destacando a presença de vários confessores no dia anterior ao domingo festeiro.
As celebrações religiosas iriam ter especial importância, porque seria cantada “missa nova” que simboliza a ordenação de um novo sacerdote, um marco importante para a comunidade que tinha um filho da terra a adotar o caminho do sacerdócio, uma opção bastante respeitável.
O orador do sermão seria o padre de Cavalões, do vizinho concelho de Famalicão, que tinha uma presença habitual nas festividades da região, cumprindo com mestria as suas funções, o que fazia com que se destacasse entre os seus pares.
Os eventos pagãos eram desconhecidos, poderiam não ter um grande impacto logo não teriam grande destaque na imprensa, havendo referências apenas para a missa e também para a procissão que se ia realizar no final da eucaristia.
Um marco da história de Guidões, uma das tradições do futuro concelho da Trofa que o tempo fez questão de apagar, ou desvanecer nas brumas do tempo, que normalmente é o inimigo da história e da memória de um povo.

josepedroreis88@gmail.com

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