Edição 771
? A arte como “ato de solidariedade” para “sensibilizar as almas e a vida”
“Estamos de coração cheio”. Foi desta forma que Conceição Campos, elemento da direção da Cruz Vermelha da Trofa se manifestou durante a inauguração da exposição coletiva, que junta 21 nomes de diversas manifestações artísticas. “Encontro-te” é o nome da mostra que reúne obras concebidas através da pintura, do desenho, da fotografia e da escultura e que pode ser vista até 30 de setembro, no auditório Tomé Carvalho, situado na sede da delegação, em Santiago de Bougado.
Na abertura, a 30 de julho, Conceição Campos revelou que o projeto “extravasou tudo o que se podia imaginar”, já que, apesar de a exposição ter sido pensada “de forma espontânea”, em conjunto com o curador Diogo André Jesus, o sim “de todos os artistas” foi inesperado. “Não contávamos que todos aceitassem. Tornou-se um projeto maravilhoso, que dignifica muito a Cruz Vermelha, ao contar com nomes da arte muito sonantes e consagrados”, acrescentou.
A delegação da Trofa será, segundo Conceição Campos, “das únicas” representantes da Cruz Vermelha do País com “um projeto cultural”, porque “entende que, além da comida, do vestuário ou de outro bem, é necessário enriquecer o espírito, é preciso sonhar e levantar os pés do chão, é dar um espaço onde toda a gente, desde que respeite os princípios da Cruz Vermelha, possa expor a sua arte”.
Foi na mesma linha de pensamento que o pintor e escritor Agostinho Santos decidiu aceder ao desafio. “Antes de mais, significa praticar um ato de solidariedade. A Cruz Vermelha é uma instituição credível, com muita obra solidária, e eu, naturalmente, não podia deixar de estar aqui, simbolicamente, com uma obra, porque a arte deve ter esta componente solidaria e abordar temas sociais. As questões da violência, da desigualdade e das injustiças devem ser abordadas, quer na pintura, como no desenho, na escultura ou na fotografia”, postulou, sem deixar de advogar que “a arte pode ser uma arma contra o mal”.
Rui Costa estreou-se, com “muito gosto”, a expor numa instituição “com o cariz como o da Cruz Vermelha”. “Esta é uma instituição que está sempre ao lado dos mais desfavorecidos, centenária, idónea, que luta por muitos valores da humanidade e mais do que nunca, hoje, acho que é o momento para podermos, enquanto artistas, podermos sensibilizar as pessoas, as almas e a vida”, referiu.
Já “em nome” dos 21 artistas que dão corpo à mostra, o curador Diogo André Jesus mostrou-se “satisfeito” pela “magnífica receção” e agradeceu à delegação “a boa-vontade” de “abrir o espaço à arte e oferecer esta espetacular exposição ao público”.
Os artistas participantes em “Encontro-te” são: Agostinho Santos, Ana Torrie, André Gigante, Diogo André Jesus, Elizabeth Leite, Henrique do Vale, Inês Osório, Isabel Lhano, João Sousa Pinto, Lina Carvalho, Manel Cruz, Manuel Santos Maia, Marco Dias, Maria Souto de Moura, Miguel Januário, Nazaré Alvares, Rui Costa, Rui da Graça, Valter Hugo Mãe, Vicente Cruz e Violante Saramago.
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