Ano 2007
Luz verde ao Associativismo Juvenil
A divisão de Desporto e Juventude da Câmara Municipal da Trofa organizou, no passado dia 27 de Janeiro, no Auditório da Junta de Freguesia de S. Martinho de Bougado, a segunda edição do Fórum Jovem, desta vez sob o tema “Práticas do Associativismo Juvenil.
«Como formar, inovar, e potenciar a tua associação juvenil … o desenvolvimento juvenil também depende de ti!» era a máxima que os intervenientes deste debate iriam defender.
Com início por volta das 15 horas, o Auditório da Junta de Freguesia de S. Martinho fazia-se abraçado de jovens trofenses ansiosos pela exibição da actividade.
A mesa de conferência estava recheada de alguns dos melhores nomes da nova geração do Associativismo Juvenil: Pedro Martins da Onda Verde – Associação Juvenil de Ambiente e Aventura, António Maia da Associação Académica de Kung-Fu da Póvoa de Varzim, Artur Vieira da Associação Mais Aurélia, Paulo Sousa da Associação Flautistas do Porto, Dr. Sérgio Humberto do Pelouro do Desporto e Juventude, e ainda Júlio Oliveira, moderador e presidente da FAJDP (Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto.
A apresentação pública da actividade coube a Sérgio Humberto, que desde logo tentou sensibilizar os jovens a um desempenho mais rigoroso, ambicioso e sobretudo, a partilhar as experiências vividas. Afinal, se houvesse uma máquina para medir a intensidade e vontade de actividades sem fins lucrativos, a escala de medição teria que se chamar Associativismo Juvenil.
«Promover a participação dos jovens: interagir, aprender e lutar pelos interesses» é a força motora que o moderador do debate, Dr. Júlio Oliveira transmite nos seus primeiros tempos de antena.
Para assumir uma identidade própria e maturidade sob a forma de associativismo, os representantes presentes as Associações tentaram, em poucos minutos, apresentar a ideias essências da sua organização.
As preciosidades geográficas são o factor chave da Onda Verde. De carácter aventureiro, esta associação é uma viagem utópica para todos aqueles que sonham com o sair da rotina diária e passar uma tarde com os amigos numa actividade radical, por exemplo, paintball.
Aliada aos factores de entretenimento, a Associação não é só catalogada como divertimento. Rasgam-se os mares e nada-se a favor da maré: a Onda Verde confere aos jovens a apoio ambiental através de projectos como estudo de populações em perigo e “atentados” florestais.
Para além da força de vontade, parte deste sucesso são as parcerias internacionais que a associação dispõe, resultando muitas vezes em intercâmbios e viagens culturalmente produtivas.
«Não viajamos, mas colocamos as pessoas a voar» é o que diz metaforicamente António Maia, representante da Associação de Kung-Fu, no seguimento deste debate. Pretendem usar o associativismo não só como forma de expressão de sentimentos e ideias, mas também como mensageiros dos valores e filosofias.
Com cerca de 580 jovens, alguns deles «voluntários à força», a equipa difunde as noções básicas sobre algumas artes marciais, como por exemplo Kung-Fu, Tai-Chi, Kickboxing e Capoeira.
Paralela a estas actividades, a associação dispõe também desportos extremistas como airsoft, descidas de rios e acampamentos.
A Associação Mais Aurélia (AMA) seguiu-se. Abraçam-se de corpo e alma às suas raízes, neste caso, raiz que permite o desenvolvimento intelectual e cultural dos jovens: o ensino.
Provenientes da Escola Secundária Aurélia de Sousa do Porto, Artur Vieira frisa que esta colectividade não funciona como Associação de Estudantes, apenas contem «sede na escola e não da escola». Entendendo que os benefícios por vezes funcionam como sinónimo de motivação, a AMA dinamizou o ensino com a atribuição de prémios aos melhores alunos, uma lacuna por preencher em muitas outras escolas secundárias.
Outro incentivo juvenil da AMA é o «ice breaking», uma iniciativa que pretende integrar os novos alunos e criar elos de ligação com os já residentes.
Por último, mas não menos importante, a associação de Flautistas do Porto. Direccionados para a música, esta associação é o cantinho onde há certamente a gestação de muitas mentes criativas. Apostam na formação musical e consequentes festas temáticas, como feiras, em que podem expor os seus talentos. Até porque se costuma dizer que “o verdadeiro artista musical descobre-se ao vivo”.
Não é por acaso que o festival que organizam anualmente já vai na 5ª edição.
Depois de três quartos de hora de união e palavras de apoio e instinto lutador que se repetiam por parte dos intervenientes, abriu-se o espaço de debate. Poucas dúvidas e alguma timidez nas caras dos jovens, mas ainda assim se fizeram ouvir e desabafaram os principais problemas que gostariam de ver resolvidos.
A interferência final foi por parte da FAJDP, considerado certamente o impulso para muitos jovens que pensam mergulhar no desafio do associativismo. Transformar o mundo à nossa volta depende dos jovens. Com experiência no terreno, o material verbal impossível de ignorar exemplificaram o equilíbrio existente numa posição privilegiada com vista no futuro.
De relembrar que as associações não têm fins lucrativos e o suporte passa pelos patrocínios e pelas Câmaras Municipais da região.
A evocação que a relação emissor-receptor veio a tomar até aos nossos dias é qualquer coisa como o efeito ideal que poderíamos desejar, e há que fazer proveito.
Como forma de encerramento deste debate, foi exibido um trabalho dos participantes da “Terceira Aventura Jovem”, actividade organizada pela Câmara Municipal da Trofa, e um consequente lanche de convivo onde muitos jovens trocaram contactos para revitalizar o futuro juvenil.
Diana Silva
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