Ano 2007
Para onde vai o CDS?
O grupo parlamentar do CDS/PP tem sido, nos últimos tempos, o motor do combate eficaz á propaganda da governação socialista e é lamentável que nem todos assim o entendam, a começar pela direcção nacional do partido que continua com a sua inabilidade política a atacar as pessoas, que com frontalidade, lealdade e justiça não se acomodam e lutam com galhardia, por melhores condições de vida para os portugueses.
O Deputado Nuno Melo, merece um enorme agradecimento e profunda gratidão por parte de todos, pela forma empenhada, disponível e enorme qualidade com que tem exercido a função de líder do Grupo Parlamentar do CDS/PP sem qualquer caso de divergência em matéria de política legislativa entre o Grupo Parlamenta e a Direcção do CDS.
Sendo o Dr. Nuno Melo, reconhecidamente, um dos deputados com maior evidência, e o mais eficaz dos líderes parlamentares, a sua saída é uma má notícia para todo o CDS/PP, e uma boa notícia para os seus adversários políticos a começar pelo Primeiro-Ministro e pelo poder socialista.
Com base na existência de sucessivas críticas e até de ataques de índole pessoal, que lhe foram dirigidos por elementos da actual direcção do CDS/PP, Nuno Melo decidiu apresentar a sua demissão de líder do Grupo Parlamentar, que tão brilhantemente tem dirigido nos últimos tempos. São compreensíveis e aceitáveis as razões invocadas pelo Deputado Nuno Melo, mas é profundamente lamentável esta decisão de quem o CDS/PP e Portugal muito esperam, pois foram as circunstâncias estranhas ao funcionamento e desempenho do Grupo Parlamentar que conduziram a este desfecho, com base numa questão clara de delito de opinião.
As declarações de Nuno Melo, conforme salientado e reafirmado pelo próprio, mais não são do que a manifestação de uma vontade sincera de uma maior intervenção na vida parlamentar e partidária do Dr. Paulo Portas, o que não só não deveria ser visto como delito, como é uma opinião partilhada pela generalidade dos seus colegas deputados, por todos os democrata-cristão e pela grande maioria dos portugueses que vêm nele um político moderno e necessário ao país.
Foi ainda informado o Grupo Parlamentar de que esta decisão estava tomada e tinha sido comunicada ao Presidente do CDS no momento em que este, pela primeira vez, e ao final de 24 dias, comunicou ao Líder Parlamentar a retirada da confiança política.
O Grupo Parlamentar do CDS/PP tudo fez para que fosse evitada uma escalada conflitual indesejável para todos, abstendo-se de fazer comentários que pudessem aumentar o conflito, pois a situação agora criada, até pelo seu carácter inédito, quer no relacionamento e na instituição parlamentar quer nas direcções dos partidos políticos, em mais de 30 anos de democracia, obriga a um especial dever e esforço de superação por parte dos Deputados. Tanto mais que foi criada, contra a vontade deles e por isso não se entende, que o actual líder do CDS/PP tenha retirado a confiança política ao Líder Parlamentar.
Com mais esta postura de inabilidade política, a Direcção Nacional do CDS/PP está a caminhar a passos largos em direcção ao abismo, principalmente nesta fase importante da vida política portuguesa, que se está em vésperas de um referendo sobre a liberalização total do aborto e o actual momento político exige do CDS/PP um total empenhamento na defesa do Direito à Vida.
José Maria Moreira da Silva
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