Edição 752
Memórias e Histórias da Trofa: As minas de chumbo do Monte Cabrito
No Monte Cabrito, uma das muitas montanhas existentes na Trofa que ajuda a definir a fronteira entre S. Romão do Coronado e Santiago de Bougado, chegou a pairar um importante desejo económico, no passado.
A industrialização dava pequenos passos em Portugal, com estruturas demasiado arcaicas, maquinaria em pequeno número, pelo que era imperioso resolver essa situação para o bem do interesse nacional.
Como é de conhecimento geral, a industrialização é um processo que necessita de uma quantidade desmedida de recursos, as ligas metálicas são necessárias para dar robustez a uma máquina, como também para a construção das estruturas auxiliares, alusão para pontes, caminho de ferro, etc.
No final do século XIX, em Portugal, havia uma verdadeira caça às minas, as sondagens eram realizadas um pouco por todo lado e a dificuldade em conseguir produtos no estrangeiro obrigava a essa contínua indagação por possíveis recursos naturais que ainda não tivessem sido descobertos.
Obviamente que a região do futuro concelho da Trofa não passava ao lado dessa iniciativa, pois era, obviamente, um território apetecível pela proximidade ao Porto e Braga, cidades em franco crescimento industrial.
No dia 26 de novembro de 1886, era publicado no Diário do Governo uma série de descobertas de jazidas de minério que não tinham tido serventia para quem as encontrou e que, por isso, estava novamente livre a sua concessão.
Anos antes, em 1881, era anunciada a descoberta de chumbo naquele território, concretamente a 13 de agosto, para passados alguns anos, possivelmente em 1883, ser delimitada a área da extensão daquela jazida.
Considerando o que tem vindo a ser descrito, o chumbo existia naquela área, todavia, ninguém demonstrou interesse em explorar, o que não deixa de ser atípico até porque o referido metal era bastante usado na indústria, porque é recetivo à junção com outros metais e tornava-se fundamental para os padrões da época.
As razões mais elementares para esta situação de não extração, ou não atividade, deverá estar relacionada com a falta de qualidade do minério, como também a possível dimensão reduzida do filão.
Um achado que não era único em território do Coronado, como atestam crónicas anteriores, demonstrando alguma riqueza do subsolo trofense que na memória de muitos ainda existe a visão de antigas minas a laborar.
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